São Paulo, quinta-feira, 17 de fevereiro de 1994
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Christopher Lasch morre nos EUA

MARCO CHIARETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O historiador norte-americano Christopher Lasch morreu na segunda-feira passada, em sua casa, em uma cidade próxima a Nova York, segundo informações dadas por sua família. Tinha 61 anos e morreu de câncer. No Brasil, foram publicados três livros seus: "A Cultura do Narcisismo", "O Mínimo Eu" e "Refúgio num Mundo sem Coração".
O escritor era considerado, dentro do "establishment" intelectual dos EUA, como alguém de difícil classificação. Autor de vários livros sobre a crise da família, a perda da noção do indivíduo nas sociedades contemporâneas, a questão do consumismo e a decadência da idéia de autoridade, Lasch era condenado pelos conservadores pelas suas críticas contra a sociedade de mercado, e pela esquerda tradicional, que o considerava moralista demais.
Lasch passou sua vida criticando a contracultura norte-americana dos anos 60, os movimentos de liberação feminina, o movimento gay, a liberalidade relacionada ao uso de drogas. Achava que a família tinha uma função social central, que as sociedades de mercado modernas destruíram, criando multidões de consumidores vorazes.
No fim dos anos 70, o então presidente democrata Jimmy Carter convidou-o para ajudá-lo a escrever um discurso a respeito da crise de confiança instalada no país depois da Guerra do Vietnã. Lasch acabara de publicar "A Cultura do Narcisismo", que em sua opinião, foi muito mal lido. Em "O Mínimo Eu" ele voltaria a dizer que "perdeu-se a confiança no futuro" e que esta perda de esperança era um dos maiores males na sociedade moderna.

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