São Paulo, sexta-feira, 18 de fevereiro de 1994
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Durante não sabia quem era Lílian

DO ENVIADO ESPECIAL A JUIZ DE FORA

O ministro Mauro Durante (Secretaria Geral da Presidência) disse ontem que não sabia que se tratava da atriz e modelo Lílian Ramos uma das pessoas que ele autorizou a entrar no camarote do presidente Itamar Franco, no Sambódromo. "Falaram que era uma desfilante. Disse que aguardasse alguém sair primeiro. Depois é que associei a desfilante com aquela que tinha sido destaque na Viradouro e que ela era a Lílian Ramos", justificou Durante. "Não houve uma autorização explícita".
Durante não quis dizer o nome da pessoa que lhe informou que havia uma desfilante aguardando o presidente do lado de fora do camarote. "Mas eu não autorizei nem proibi ninguém de entrar. Apenas pedia que se cumprisse o critério do revezamento. Foi assim com a Marília Grabiela, com o Ziraldo, com a Danuza Leão e com a Joyce Pascowitch", disse o ministro. "Não era essa a minha função", completou.
Mauro Durante afirmou que em algumas situações chegou a consultar o presidente da Liga das Escolas de Samba, Paulo de Almeida, para saber se autorizava ou não a entrada de alguém. "O camarote era da liga e podia haver algum problema de ordem pessoal com eles", comentou o ministro.
Durante disse que não houve falha da assessoria do presidente Itamar. "Sem entrar no mérito com relação à moça (Lílian), isso foi uma ocorrência típica de Carnaval, imprevisível e, portanto, inevitável". O ministro afirmou ainda que não é sua atribuição "cuidar da vida particular do presidente".
Durante criticou os jornais, dizendo eles estão dando uma dimensão para o fato que não é real. "Isso já está cansando", afirmou. Disse ainda que as fotos que mostram Lílian sem calcinha foram "ardilosas". "Se os fotógrafos não estivessem ali embaixo não teriam visto que a moça estava só de camiseta e de meia de seda transparente. Lá de cima não se via nada", disse.
Durante não quis considerar o fato de que a localização dos fotógrafos, no corredor em frente ao camarote do presidente, foi uma determinação da própria segurança e do Cerimonial da Presidência.

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