São Paulo, sábado, 19 de fevereiro de 1994
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Mínimo de US$ 85 trará rombo, diz Cutolo

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Previdência Social, Sérgio Cutolo, disse ontem que o salário mínimo equivalente a US$ 85 –defendido pelo ministro do Trabalho, Walter Barelli, para o momento de conversão do mínimo em URV– provocaria um rombo de US$ 3 bilhões no resultado de sua pasta. Cutolo defende que o mínimo seja fixado em US$ 65, valor que seria mantido no dia do pagamento do salário.
Para Cutolo, cada dólar acrescido sobre este valor do mínimo, até um teto de US$ 85, representa um gasto adicional médio de US$ 150 milhões para a Previdência, mesmo descontando os possíveis ganhos de arrecadação. O rombo calculado pelos técnicos da Previdência só poderia ser coberto com recursos do FSE (Fundo Social de Emergência), caso o governo decida por um salário mínimo maior.
Dificilmente, entretanto, a equipe econômica aceitará destinar grande parcela do FSE para compensar gastos da Previdência. O valor de US$ 65 foi calculado a partir do valor médio do mínimo em 1993 no momento do pagamento (US$ 63) e está previsto no Orçamento deste ano.
A equipe econômica trabalha com projeções para o mínimo entre US$ 56 a US$ 88 –a Secretaria do Tesouro defende o menor valor. Os US$ 85 defendidos por Barelli foram calculados com base na média do mínimo em 1993, porém com referência ao primeiro dia do mês de competência do salário e não à data de pagamento efetivo.
Cutolo disse que o programa de combate às fraudes na Previdência não é suficiente para patrocinar elevações no valor dos benefícios. Ontem ele anunciou a correção de 189,5 mil casos irregulares de concessão de auxílio-doença, o que gerará uma economia anual de US$ 110 milhões. A Previdência conseguiu reduzir o prazo médio de concessão dos benefícios de 1.085 para 156 dias.

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