São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Guga divide responsabilidade
PAULO D'AMARO
* Folha - Você acha que dá para ser artilheiro mesmo sem atuar nos primeiros jogos? Guga - Não é a primeira vez que isso acontece. Todo ano é assim: ou problemas de contrato ou com o técnico. No Brasileiro, comecei sem contrato, depois fiquei na reserva. Só deslanchei depois do Antônio Lopes sair. Folha - Como você gosta de jogar? Guga - Meu forte é o cabeceio e a colocação na área. Eu sempre espero um erro do zagueiro, uma rebatida. Fico onde for maior a probabilidade de a bola ir parar. Folha - Por que o Santos está "derrapando" neste ano? Guga - Porque o time é novo. A própria diretoria disse que não tem pretensão de ganhar o título, mas sim de montar uma equipe para daqui a dois anos. Por isso, a equipe está cheia de jogadores jovens e bons, mas que ainda sentem o peso da camisa. Folha - Muitos diziam que você fazia falta... Guga - Não acho. Na minha opinião, os pontas e os jogadores do meio de campo também têm a obrigação de tentar fazer gols. Folha - Por que o time está perdendo tantos gols? Guga - Pelo nervosismo na hora de finalizar. Como já disse, os jogadores são muito jovens e sentem a cobrança da torcida. Alguns estão até com medo de chutar. Estou tentando mostrar a eles que é preciso arriscar. Folha - Você acha que a diretoria deveria investir mais? Guga - Sim. Existem vários jogadores de qualidade, mas isso não basta. É preciso ter jogadores de peso. Lembro que, nos primeiros jogos que fiz contra o Vasco, eu ficava olhando o Roberto Dinamite com o maior respeito, pois era meu ídolo. O novato sente esse tipo de inibição. Folha - Seu novo contrato vai até o final do Paulista. Você pretende continuar no Santos? Guga - Jogar aqui é uma honra e a minha vontade é de ficar. Mas depende muito das condições financeiras, pois eu já tive problemas para essa última renovação. A diretoria espera que apareça um grande patrocinador até a metade do ano. Eu torço para que isso aconteça. Folha - Você acha que está na sua melhor fase? Guga - Eu já tive uma grande fase no Equador e outra em Goiânia. Nas duas fui artilheiro. Mas esses três anos em São Paulo têm sido maravilhosos. Só troco pela Europa. Folha - Você ficou decepcionado por não ter sido convocado para a seleção? Guga - Eu esperava uma oportunidade, nem que fosse no banco. Sei que, mesmo fazendo uma boa campanha nesse Campeonato Paulista, minhas chances de ir praticamente não existem. Mas não estou chateado e torço muito para o sucesso dos que forem, pois isso abre caminho para outros irem jogar na Europa. Folha - Qual o melhor modo para vencer o Corinthians? Guga - É deixá-los sair para o jogo e procurar os contra-ataques, principalmente com o Macedo e o Kobayashi. E também torcer para que eu tenha a sorte de sempre contra o Corinthians. Texto Anterior: Pepe usa rivalidade para motivar Santos Próximo Texto: Ponte altera seu time para enfrentar o Mogi Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |