São Paulo, segunda-feira, 21 de fevereiro de 1994
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Tudo ou nada

CIDA SANTOS

A semana é de decisões na Liga Nacional de Vôlei. No feminino, é hora de saber quem vai disputar o título da temporada. No masculino, amanhã começa a luta pelas quatro vagas nas semifinais. É a época do tudo ou nada. De superar limites. É ganhar ou assistir a decisão das arquibancadas.
No masculino, poucos duvidam que Banespa, Nossa Caixa/Suzano, Palmeiras e Frangosul não terminem a semana já classificados para as semifinais. É claro que não se pode esquecer aquela máxima repetida à exaustão de que "futebol é uma caixinha de surpresas". Pois é, o vôlei também pode ser essa tal caixinha de surpresas. Mas cá entre nós, é muito difícil esses quatro times não se classificarem.
O Banespa, do camisa 10 Max, conta com um time perfeito de atacantes e ainda tem no banco Axé, um atleta cheio de bossa e alegria de jogar. Não por acaso, leva esse apelido de Axé, energia total. Tem uma impulsão espantosa, beira um metro, e uma envergadura que supera os dois metros. Ele pega a bola lá no céu. A única dúvida é como os novos levantadores do Banespa, os juvenis Ricardinho e Rodrigo, vão lidar com a pressão de jogar num time favorito.
O Suzano é uma equipe que cresce em fase de decisão. E além de tudo tem o levantador Leandro e Kid, atacante que quando está inspirado desmorona qualquer bloqueio. O Palmeiras, do "el toro" Gílson, também é favorito. Aliás, o time tem empolgado até mesmo os fanáticos palmeirenses que vão ao Parque Antarctica ver o vôlei nos dias que não tem futebol. Sem entender muito do esporte, os torcedores do "porco" acabam trocando as bolas. No jogo contra o Banespa, Gílson era saudado como o César Sampaio do vôlei.
Já a Frangosul conta com um levantador inspirado: Paulo Roese. Na temporada passada, ele rompeu todos os ligamentos do tornozelo e teve que ficar seis meses sem jogar. Roese diz que voltou de uma "viagem ao fundo do poço". Nesse tempo de recolhimento, descobriu que o que deseja mesmo fazer da vida é jogar vôlei. Mais: percebeu que aos 30 anos ainda não consegue viver longe das quadras. Não à toa, está jogando uma de suas melhores temporadas. A Frangosul vai pegar a Telesp pela frente, equipe que tem aprontado surpresas no torneio. E que tem um massagista com um nome que nenhum outro de qualquer time do Brasil tem. Isso eu garanto. Anota só o nome dele: Kleevansostins Albuquerque.

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