São Paulo, segunda-feira, 21 de fevereiro de 1994 |
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Zlata, 13, conta sua fuga de Sarajevo
FERNANDA SCALZO
Ontem, terminou o prazo dado pela Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) –organização militar ocidente– para intervir no conflito, caso os sérvios não desocupem Sarajevo. O mais impressionante para quem lê o diário, que está três semanas entre os livros mais vendidos na França, é que em 2 de maio de 1992, a garota fala do "pior dia" de sua vida, quando sua rua foi bombardeada. Dois anos depois, o "pior dia" da vida de Zlata virou rotina para quem continuou em Sarajevo. O livro foi publicado primeiro em uma edição fotocopiada da Unicef. Depois, uma jornalista francesa, correspondente em Sarajevo, trouxe um exemplar ampliada para Paris. O livro começa a ser traduzido para vários idiomas. Zlata Filipovic tem 13 anos e é filha única. Seu pai é advogado e sua mãe, química. São muçulmanos, mas têm origens sérvias e croatas também. Possuíam um apartamento em Sarajevo e uma casa de campo na montanha, que foi destrída em um bombardeio. Com a publicação de seu diário, Zlata ficou famosa como a "Anne Frank de Sarajevo"–uma teen judia que escreveu um diário durante a Segunda Guerra Mundial. Felizmente, Zlata teve mais sorte que Anne –a garota acabou sendo morta, quando seu esconderijo foi descoberto por soldados alemães. Desde o último Natal, ela vive em Paris com o pai e a mãe. Voltou a escrever sobre a maravilha de voltar a ter água, comida, sabonete, poder passear, andar na rua e ouvir música. Se o diário pode ter voltado a ser como o de qualquer menina, ela, com certeza, não. LEIA MAIS sobre a guerra da Bósnia à página 6-3 e em Mundo Texto Anterior: Vá montar sua própria república e divirta-se Próximo Texto: Nada se cria na terra da TV e da alegria Índice |
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