São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 1994 |
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Reforma do plenário custa o triplo do preço
RUDOLFO LAGO
O que parecia simples esbarrou numa série de problemas de engenharia que atrasam e encarecem a obra. Quando contratou a Induspress, o diretor-geral da Câmara, Adelmar Sabino, acreditava que a empresa simplesmente teria de levantar vidros do chão das galerias até o teto do plenário. Faria estruturas de metal para sustentar os vidros e só. A Induspress descobriu que isso mataria sufocados os deputados. Os vidros simplesmente impediriam a circulação de ar no plenário. Hoje, os dutos do ar-condicionado têm saída pelo teto do plenário. O ar frio desce até o chão e sai, quente, por dutos que ficam exatamente debaixo das cadeiras das galerias. Sem uma modificação no sistema de ar-condicionado, o ar entraria, mas não teria por onde sair do plenário. A Induspress, vencedora da tomada de preços feita pela Diretoria Geral da Câmara cobrando CR$ 28 milhões pela obra, agora promete concluir o trabalho no dia 18 de março por CR$ 90 milhões. "A inflação é responsável por parte do encarecimento, mas os percalços encontrados também ajudaram a elevar o preço", afirma Sabino. "Buscar uma solução para esse problema provocou o primeiro atraso na obra", disse Sabino. Agora, os engenheiros terão de construir um novo duto de ar-condicionado, com a saída do ar quente também pelo teto do plenário. Resolvido o problema do ar-condicionado, os engenheiros esbarraram em outro percalço. Terminada a obra, o plenário estaria transformado num cilindro de vidro, provocando sérios problemas acústicos. O vidro não absorve o som, refletindo-o inteiramente. Assim, o eco dentro do plenário seria insuportável. O barulho seria tão grande que ninguém conseguiria entender o que se falasse ali dentro. Texto Anterior: Senhor da situação Próximo Texto: Acaba prazo para defesa Índice |
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