São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 1994
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Fiesp vê com pessimismo futuro do plano

ANTONIO CARLOS SEIDL
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da Fiesp, Carlos eduardo Moreira Ferreira, disse que as informações "conflitantes" e "truncadas" sobre a implantação da URV (Unidade Real de Valor), não permitem que a entidade enxergue um "quadro róseo" a curto prazo na economia brasileira.
Moreira Ferreira disse que os empresários esperam que o ministro Fernando Henrique Cardoso dê esclarecimentos mais "inteligíveis" sobre a introdução da URV depois do "dia D" de seu plano, a votação, em segundo turno, prevista para quarta-feira do FSE (Fundo Social de emergência).
O presidente da Fiesp manifestou, porém, dúvidas quanto ao sucesso da URV sem a conclusão de uma ampla revisão da Constituição. Criticando a morosidade do Congresso revisor, Moreira Ferreira disse que se a reforma tributária já tivesse sido aprovada, "o caminho para a URV estaria melhor preparado".
Líderes empresariais ligados à Fiesp criticaram uma eventual implantação da URV, como indexador e depois como moeda, antes da conclusão da revisão constitucional.
O presidente da Abifa (Associação Brasleira da Indústria de Fundição), Adauto Ponte, disse que a URV vai ser um "fracasso" se for "uma alternativa" à revisão constitucional.
Ele criticou afalta de transperência no processo de criação da URV. "Como não há a participação da sociedade, porque se trata de um plano fechado de 5 técnicos da Fazenda, os agentes econômicos têm dúvida sobre os critétrios de conversão, o que vai levar à inflação em URV", disse.
O presidente do Sindipeças (Sindicato da Indústria de Autopeças), Cláudio Vaz, também diz que sem avanço na tentativa de equilibrar o déficit público com uma reforma tributária, a URV será ineficaz no combate à inflação.
"Se o programa do ministro Fernando herique cardoso não passar pela eliminação do défiti público do governo, tudo mais é um sonho".
O presidente do Sindicato da Indústria da Limpeza, José João Armada Lucoselli, disse que sema correçào do déficit público, "Não há URV, dólar ou o que si quizer chamar que derrube a inflação no Brasil". "Sem corrigir o déficit público vamos ter inflação em URV", afirmou.

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