São Paulo, terça-feira, 22 de fevereiro de 1994
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'Fiscal sem crachá' assusta Pinheiros

DA REPORTAGEM LOCAL

Um homem e uma mulher, que se identificaram como engenheiros da prefeitura, deixaram preocupados os moradores das ruas Miguel Isasa, Coropé e Cunha Gago, em Pinheiros (zona oeste). Ontem à tarde, eles tocavam as campanhias, de casa em casa, pedindo para avaliar o imóvel, que seria desapropriado para a extensão da avenida Faria Lima. Os moradores impediam a entrada. De dez moradores ouvidos pela Folha, apenas 2 permitiram a visita.
Segundo moradores, eles estavam sem crachá da prefeitura. A mulher, que era loira e aparentava 28 anos, tinha uma carteira do Crea (Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura) e um holerite da prefeitura. O homem, um moreno aparentando 30 anos, não apresentou documentos. Em uma das casas em que conseguiram entrar, eles disseram que seus nomes eram Jane e Hilton.
A Folha ligou ontem às 17h30 para o diretor do Departamento de Desapropriações da Prefeitura, Kiyoshi Harada, para saber se os supostos engenheiros eram da prefeitura. Sua secretária disse que ele não podia atender. Minutos depois, disse que ele já havia ido embora.
A assessoria de imprensa do secretário Reynaldo de Barros, de Vias Públicas, informou que não poderia confirmar se os engenheiros eram da prefeitura. Mas disse que a prefeiutura está começando o trabalho de consultas e cadastramento de imóveis que serão desapropriados no local. Afirmou também que seus funcionários sempre usam crachás.
Ssegundo Horácio Galvanese, do movimento Pinheiros Vivo, que faz oposição à obra, os supostos engenheiros podem ser "ladrões" interessados em entrar nas casas. "Se eles forem realmente da prefeitura, é um absurdo não terem se identificado corretamente."

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