São Paulo, quarta-feira, 23 de fevereiro de 1994
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Chefe de segurança acusado de estupro é preso

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de quatro dias foragido, Irael da Mota, chefe de segurança do Ministério das Minas e Energia, foi preso ontem pela manhã. Acusado de estuprar três vigilantes e assediar outras cinco, Mota se apresentou na Delegacia da Mulher para prestar depoimento, mas acabou recebendo voz de prisão.
Sem aparentar nervosismo, o acusado –vestido de terno e gravata– foi levado para a cela da delegacia depois de passar mais de duas horas trancado em uma sala com seus advogados. Ao passar pelos jornalistas, cumprimentou a todos e sorriu para as câmeras.
O depoimento de Mota será ouvido hoje pela delegada Débora Menezes. Durante uma conversa informal com os policiais, Mota reafirmou sua inocência, alegando que existe um complô com o objetivo de afastá-lo do seu cargo. "Onde estão as provas materiais do crime que cometi?", perguntou Irael da Mota aos policiais. Eles se negaram a responder.
Na opinião de sua advogada, Léa Barroso, as denúncias são de caráter político. "Engraçado que isso tudo tenha vindo à tona depois que o Sindicato dos Vigilantes entrou em conflito com sua base", disse.
A advogada do acusado deu a entender que o autor das denúncias, o deputado federal Chico Vigilante (PT-DF), está querendo se promover com o caso. "A eleição que interessa é a de deputado federal. Basta ver quem está fazendo esse escarcéu".
A prisão temporária de Mota, pedida pelo juiz da 8ª Vara Criminal, é de cinco dias, prorrogáveis por mais 30. Enquanto aguarda o término do inquérito, Irael da Mota deve permanecer na CPE (Coordenação de Polícia Especilizada).

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