São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994 |
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BBC lança canal de notícias nos EUA até 95
HUMBERTO SACCOMANDI
"Devemos estar operando nos EUA no final deste ano ou no começo de 1995", disse à Folha Phil Johnstone, porta-voz da World Service Television (WSTV), a TV mundial da BBC. O canal de notícias para os EUA deverá transmitir via cabo 24 horas por dia, nos moldes da CNN. Para enfrentar a concorrência norte-americana, os britânicos planejam uma programação diferenciada. Além de notícias nacionais, internacionais, de variedades e esportes, o canal também exibirá programas não noticiosos. A BBC quer "complementar os serviços existentes nos EUA", segundo disse o seu vice-diretor geral, Bob Phillis. Os britânicos têm evitado mencionar a CNN ou se apresentar como rivais, para não criar expectativa. A estratégia de expansão mundial da BBC (British Broadcasting Corporation) tem dois pontos principais. O primeiro é a expansão do canal de notícias propriamente dito, o WSTV, em inglês. O segundo, a formação de parcerias com empresas locais para transmitir notícias e programas produzidos pela BBC em diferentes línguas. Atualmente a BBC já opera na Ásia, através da Star TV, que transmite via satélite para o continente. Os mercados principais são China e Índia, onde a BBC estima que atinja 42 milhões de famílias. A operação da Star TV ainda é deficitária, e a TV tem tido dificuldades políticas com o governo chinês, acostumado a controlar os meios de comunicação. A Star transmite notícias quatro horas por dia, em inglês e chinês. O canal de notícias da BBC opera ainda na África, através da M-Net, e na Europa. Nesses dois casos, as transmissões são via satélite, em inglês. Para a Europa, porém, um canal exclusivo 24 horas deve começar as transmissões também este ano. Além dos EUA, a WSTV deve começar ainda este ano a transmitir para o Japão e para o mundo árabe. Nesses dois casos, haverá transmissões em inglês e na língua local. A programação em árabe será produzida em Londres e transmitida através do satélite Arabsat. O noticiário em japonês (quatro horas por dia) deverá ser produzido no Japão mesmo, numa parceria com a Nissho Iwai Corporation. "Oferecemos programas e uma perspectiva diferente da notícia e acreditamos que exista mercado para um canal de notícias de alta qualidade", afirmou Johnstone. A BBC não tem planos imediatos para a América Latina, que será uma das poucas regiões não atingidas pela WSTV. "Estamos em negociação com a Telemundo e com a Reuter para iniciar um serviço em espanhol, mas não há nada acertado", disse Johnstone. Segundo ele, a BBC manteve contatos com várias empresas latino-americanas, possivelmente até brasileiras, mas sem sucesso: "Estamos interessados em parcerias. A BBC tem 50 correspondentes no mundo hispânico e gostaria de aproveitar melhor esse potencial". Texto Anterior: Szabó reflete sobre os rumos do cinema europeu Próximo Texto: IBAC recebe inscrições para projeto Macunaíma; Galleria Uffizi reabre ao público sala Michelangelo; Jazz Sinfônica e Banda têm sete vagas abertas; Alemão Roll completa filme inacabado de Corti Índice |
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