São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Cia. de Linho traz 'homelesss' e árabes
ERIKA PALOMINO
Assim, a apresentação foi aberta com mendigos (fake) enchendo a passarela de bolas de meias, depois chutadas por modelos de "moda povera" à prova de qualquer coração duro: Patricia Pillar, Petê Marchetti, Gisela Marques (que pediu até esmola para a platéia) e Betty Prado (mais situada). As variações em tons de marrom, creme e branco dos "trash-chic" deram passagem à sequência de brancos, pratas e cinzas, em veludos lavados (alguém se lembrou deles!) e, outra novidade por aqui: botas de plástico brancas -quem ainda aguenta coturnos na passarela? Em geral, a mulher da Cia. de Linho é algo mais madura, mais séria, e menos afeita a modernidades. Um bom momento do desfile: os pretos. Perfeitas as misturas de materiais, com o veludo lavado usado com rendas e com detalhes em crepes de seda e devorés, em vestidos femininos e sensuais. Toques "napoleônicos" nos decotes, com mangas tipo falsas luvas. Uma performance de odaliscas e da atriz Beth Coelho abriu a entrada do look mais forte do desfile da Cia. de Linho. Com um olho no visual das mulheres árabes, de rosto oculto e grandes mantos, outro na onda étnica e dos nômades urbanos das passarelas internacionais, entraram em cena a lã, o algodão, os acrílicos, em muitas sobreposicões em tons de marrom, preto e um belo matiz de vinho, que encerrou a apresentação da coleção. Sem brilhantismos, mas correta e atual. Texto Anterior: Povo de moda é quem desfila em SP Próximo Texto: FHC é PhD em arrocho pela Sorbonne! Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |