São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994 |
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Família quer provar que filme não é ficção
ANA MARIA BAHIANA
O enredo atrás do processo é complicado. De fato, em 1988, o produtor Scott Rudin leu sobre o caso de Bowers nos jornais e entrou em contato com a família, com a idéia de fazer um filme baseado em sua luta (Bowers, como Beckett no filme, venceu no final mas, ao contrário do personagem fictício, não viu sua vitória, pois o veredito só foi emitido em 93). Contudo, ao levar o projeto à produtora Orion –onde Jonathan Demme tinha um contrato– Rudin recebeu uma boa e uma má notícia: Demme adorava o projeto, mas não ia com a cara de Rudin. Dois anos depois, Demme conseguiu realizar seu projeto, já em outro estúdio (a Orion faliu em 92), sem Rudin e, portanto, sem o contato com a família Bowers. O advogado Tom Stoddard, um especialista em casos de discriminação contra portadores de HIV, que atuou em "Filadélfia" como consultor, diz que a família Bowers está movida "por ganância", e que o processo "não tem fundamento legal". Stoddard diz que o filme se baseia "em vários casos verídicos de discriminação". A família de Bowers, contudo, diz que o roteiro de "Filadélfia" está repleto de detalhes e até diálogos que apenas os parentes de Geofrey poderiam saber. O fato, porém, é que não existe um único pedaço de papel estabelecendo a venda dos direitos –para Rudin, Demme ou quem quer que seja. O que, em termos legais, deve garantir a "Filadélfia" o status de ficção. (Ana Maria Bahiana) Texto Anterior: Piora estado de saúde da viúva de Fellini Próximo Texto: Roteirista nega papel de vítima Índice |
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