São Paulo, quinta-feira, 24 de fevereiro de 1994
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Na ponta do lápis; Brasil viável; PT e a revisão; Lista da Unicamp; Tombamentos e ficções; Linguagem crua; Trote, só pela cidadania; Musiquinha de Hades

Na ponta do lápis
"Ótimo o artigo que o jornalista Janio de Freitas escreveu na edição de 23/02, assinalando que a implantação da URV causará a redução de todos os salários. Como mudar a Constituição por medida provisória? Infelizmente, isso ainda acontece no Brasil."
Pedro do Coutto (Rio de Janeiro, RJ)

Brasil viável
"A publicação pela Folha das reportagens sobre as realizações do Senai e do Sesi foi motivo de grande satisfação e justificado orgulho."
Alexandre Figueira Rodrigues, diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial –Senai (Rio de Janeiro, RJ)

"Com satisfação, registramos a excelência da reportagem 'Senai investe na gestão empresarial', veiculada na edição do dia 30 de janeiro."
Sérgio Pascoli Romani, diretor regional do Senai (Cuiabá, MT)

PT e a revisão
"Gilberto Dimenstein, na Folha de 19/02, diz que o PT é estúpido e radical. Isso porque 'proibe a participação dos deputados na revisão constitucional'. Radical, sem dúvida que o PT é. Mas estúpido, não. Afinal, muito ao contrário do que diz Gilberto Dimenstein, a revisão não é um fato consumado, não deslanchou. E isso não se deve nem ao radicalismo, nem a pretensa 'estupidez' do PT. Deve-se tão-somente ao fato de que os partidos de direita, ampla maioria no Congresso Nacional, não possuem acordo entre si acerca da revisão. O PT não se recusa a discutir temas como a desincompatibilização ou o direito de reeleição. Apenas alertamos o país para o risco que é entregar a discussão desses temas a um Congresso cheio de parlamentares sob suspeita. Estupidez seria, isto sim, achar que tudo que vem do Legislativo é democrático. Ou achar que a obstrução não faz parte da democracia."
Valter Pomar, secretário de Comunicação do Diretório Regional do PT-SP (São Paulo, SP)

Lista da Unicamp
"Fiquei decepcionado com esse jornal, que não honrou um compromisso que assumiu de não publicar antes da data combinada a lista de aprovados da Unicamp. Neste momento em que a imprensa é um dos principais promotores da limpeza moral do Brasil, preocupa e pede discussão profunda um posicionamento que, pelo menos aparentemente (não tenho conhecimento dos termos do compromisso que o jornal assumiu com a Unicamp), fere a ética. Dia 8/02, em apoio a si mesma, a Folha publicou a declaração de Fabiana Elisa Dutra, de 17 anos: 'Acho melhor informar o leitor, mesmo que seja necessário furar um acordo'. A capacidade do jornal de influenciar está comprovada: a moça aprendeu o que foi ensinado. Mas certamente não é furando acordos, quaisquer que sejam, que se vai construir um país viável."
Jayme Brasil Garfinkel (São Paulo, SP)

Tombamentos e ficções
"Em resposta à carta publicada nesse jornal (5/02) sobre o decreto municipal que determina a revisão dos processos de tombamento, esclarecemos: o objetivo Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) é dar suporte opinativo –prévia e obrigatoriamente referente à qualificação de bens a serem preservados na cidade. O Conpresp não é um órgão decisório, mas sim de assessoria da Secretaria Municipal de Cultura. O secretário municipal de Cultura, Rodolfo Konder, entende, após um ano de análise da situação dos tombamentos na capital, que há uma grande confusão entre bens tombados e bens preservados. Muitos imóveis tombados estão absolutamente deteriorados, e isto porque ninguém vinha se responsabilizando realmente por eles ou assumindo a atitude de deles cuidar. Com a criação do Conpresp foi instituído paralelamente, como premissa básica para a preservação, o Fundo de Proteção do Patrimônio Cultural e Ambiental Paulistano (Funcap). Este fundo, gerido pelo Conpresp, teria que ter como finalidade carrear recursos orçamentários e outros para a preservação efetiva de bens culturais. A lei que criou o Conpresp, em 1985, previa em seu artigo 36 a criação do Funcap. Jamais isso foi concretizado, ao contrário, a lei foi totalmente esquecida por aqueles que encaminharam milhares de tombamentos. Trata-se de uma questão urgente regulamentar o Funcap. Assim, os tombamentos necessários deixarão de ser meras ficções."
Fabiana de Holanda, assessora de Imprensa da Secretaria Municipal de Cultura (São Paulo, SP)

Linguagem crua
"Parabenizo Arnaldo Jabor pelo excelente artigo publicado na Ilustrada de 22/02. O autor abordou com extrema ousadia e bom gosto o pseudo-escândalo provocado pela presença da modelo Lílian Ramos ao lado do presidente no Carnaval. Parabéns também à Folha pela coragem de brindar seus leitores com uma linguagem real, às vezes crua, mas sempre de qualidade."
Sérgio Pereira (Rio de Janeiro, RJ)

"Quero lançar o meu protesto contra o linguajar chulo do artigo do Jabor (22/02). Não é porque tivemos na Sapucaí o retrato vivo da baixaria comportamental que vamos doravante nivelar por baixo o nosso linguajar, cujo vocabulário é rico demais para ser dilapidado. Não é possível se aceitar que expressões até há bem pouco tempo só escritas sorrateiramente em banheiros públicos sejam agora ilustradas em meia página de um jornal de primeira linha como é a Folha. Respeito é bom, e a gente, assinante, gosta."
Maria Auxiliadora Lepikson (Salvador, BA)

"Arnaldo Jabor se superou novamente. Sua brilhante crônica pôs abaixo a máscara da hipocrisia carnavalesca no nosso país, desnudando os falsos moralistas de plantão. Parabéns!"
Paulo André B. Mendes e Antonio Arthur Barros Mendes (Belo Horizonte, MG)

"Congratulações a Arnaldo Jabor pelo artigo 'Passarinhas regem a vida nacional'. Finalmente alguém interpretou e descreveu com clareza a esquizofrenia daqueles que se chocaram com o banal episódio Lílian e Itamar."
Marcos Samaha (São Paulo, SP)

Trote, só pela cidadania
"Este ano, os diretórios estudantes da USP, PUC, Unicamp, Unesp, Osec e Ufscar agiram de modo exemplar organizando o 'Trote pela Cidadania', com o propósito de arrecadar alimentos para a campanha do Betinho. Deu certo. Uma boa quantidade de alimentos foi conseguida nos dias de matrícula. Alguns veteranos, porém, insistem em continuar passando trotes violentos e vazios nos matriculandos. Quando vi meu nome entre os aprovados em psicologia, não pude sair do estabelecimento do cursinho, pois fui assediada por seis ou sete segundo-anistias da Escola Paulista de Medicina. Eles passaram graxa em meus cabelos e ouvidos e rasgaram minhas roupas. Serão estes os futuros profissionais da saúde, cujo propósito deveria ser zelar pela saúde física e psíquica dos cidadãos?"
Rosemar Aparecida Prota (São Paulo, SP)

Musiquinha de Hades
"Que direito têm determinados indivíduos de invadirem a privacidade de nossos lares, de roubarem nosso sossego, a qualquer hora do dia, da maneira que lhes apraz? Trata-se das companhias particulares de gás engarrafado, com suas musiquinhas saídas diretamente do reino de Hades. Elas vêm nos atormentando há anos. Muitos reclamam, mas nada acontece."
Irineu Wajntraub (São Paulo, SP)

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