São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994 |
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Empreiteiros confirmam 'roubalheira' no lixo de SP
DANIEL CASTRO
"Vez ou outra nós tomamos conhecimento de alguns casos de fraude. São fatos gravíssimos", disse Luiz Carlos Scholz, presidente da Abrelp e diretor da Enterpa –uma das maiores do setor. Segundo Scholz, essas fraudes nunca foram apuradas nem comprovadas. Embora seja empreiteiro, indiretamente acusado de corromper funcionários, ele afirmou que apóia as investigações que o secretário Reynaldo de Barros diz estarem sendo feitas, através de duas sindicâncias "sigilosas". "O secretário tem obrigação de apurar tudo isso", afirmou. Barros disse anteontem que existem "roubalheiras" no lixo de São Paulo. A afirmação foi a resposta do secretário para questionamento sobre diferenças de preços de limpeza urbana em bairros quase iguais. Ele não soube explicar por que a limpeza da administração regional da Mooca custou, em dezembro, 3,5 vezes mais que a da Penha. Só em limpeza de bocas-de-lobo da Mooca, a prefeitura gastou CR$ 173,6 milhões. A despesa, no entanto, não evitou que as chuvas de janeiro e fevereiro causassem alagamentos e inundações em todo a região. Os vereadores Adriano Diogo, Aldaíza Sposati, Arselino Tatto e Maurício Faria, todos do PT, vão pedir segunda-feira a abertura de inquéritos policial e civil para investigar as denúncias. "É muito grave o secretário saber de roubalheiras e não comunicá-las à polícia", disse Faria, que tem dúvidas sobre a existência das sindicâncias que Barros diz ter instaurado. Ontem, Barros não deu entrevista à Folha porque, segundo sua assessoria, estava visitando obras. Texto Anterior: PM vai escoltar carros-fortes em São Paulo Próximo Texto: Túnel Ibirapuera fica pronto em 95 Índice |
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