São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994
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Preços sobem 9,98% na 3ª semana do mês

PAULA DIAS
DA REDAÇÃO

A expectativa com relação à implantação da URV não alterou significativamente o comportamento dos reajustes nos supermercados e hipermercados de São Paulo. Pesquisa do Datafolha mostra que alta nos supermercados foi de 9,98% na terceira semana de fevereiro, comparados com 10,27% do período anterior. Nos hipermercados houve aceleração. O aumento médio na semana passada foi de 11,91%, contra 9,96%.
Segundo análises do setor, os supermercados deverão aplicar, nos primeiros dias de março, os reajustes mais fortes que costumeiramente ocorrem na segunda e terceira semana de cada mês. O motivo é que estes estabelecimentos estão com estoques pequenos e só deverão comprar em maior quantidade após a definição da URV.
A alta nos supermercados na semana passada foi puxada pelos produtos da cesta básica. A pesquisa do Datafolha mostra que a variação de 23 produtos básicos foi de 11,94% no período, com pequena desaceleração frente aos 12% da semana anterior.
O feijão continuou pressionando devido à pouca oferta. Na última semana de análise este produto subiu 92,45%. Em 30 dias, a alta do feijão no atacado ultrapassa os 370%. Mas os preços no atacado ficaram estáveis nos últimos três dias e não deverão subir mais.
Outros produtos da cesta básica que pressionaram na última pesquisa foram leite, com 21%, e massas, que subiram 19,6%. O reajuste das carnes também se acelerou em relação à segunda semana do mês. O quilo do acém teve evolução de 13,15% em seu preço.
Os produtos "in natura" diminuíram seu ritmo de alta na semana passada, mas têm as maiores variações em quatro semanas. Batata e cebola subiram 132,55% e 93,49%, respectivamente.
Para Firmino Rodrigues Alves, da Apas (Associação Paulista dos Supermercados), os reajustes da próxima semana deverão ser ligeiramente inferiores aos desta última. Contudo, já deverão refletir os efeitos do plano econômico, uma vez que o setor aguarda as novas medidas para repor seus estoques. "Os primeiros dias de março serão de reposição dos estoques, portanto, o mês de março deverá começar com preços novos", afirma.

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