São Paulo, sábado, 26 de fevereiro de 1994
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Interlagos está uma 'tristeza', diz diretor

Hidasi reclama do estado do circuito

FLAVIO GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Interlagos está "uma tristeza". O termo foi escolhido pelo diretor do GP do Brasil de F-1, Mihaly Hidasi, para definir o estado em que encontrou o autódromo que abre a temporada 94 de F-1 no próximo dia 27 de março. Hidasi fez ontem a primeira vistoria no circuito com vistas à corrida que marca a estréia de Senna na Williams.
As obras necessárias para adequar Interlagos às exigências da Foca, segundo a Prefeitura, chegam a US$ 5 milhões. Esse valor inclui o aluguel e a montagem das arquibancadas. A principal modificação na pista é o recuo do muro na entrada da Reta Oposta. Batizada de "Muro do Berger" depois de um acidente sofrido pelo austríaco, a proteção, paralela ao traçado, teve um trecho de 70 metros derrubada. No local será aberta uma área de escape e construído um novo muro.
A lista de problemas que Hidasi vai incluir em seu relatório à Confederação Brasileira de Automobilismo faz menções também aos alambrados que precisam ser recuperados, às instalações hidráulicas e elétricas, às infiltrações sobre os boxes, à fixação de guard-rails e às más condições da sala de imprensa. Hidasi disse que "um trabalho milagroso" pode colocar Interlagos nos eixos até o GP. O administrador do autódromo, Edgar Mello Filho, defende-se com as dificuldades para manter o complexo em perfeito estado o ano inteiro. A saber: a falta de verbas e a favela vizinha ao circuito. Mello Filho diz que as invasões dos moradores atrás de materiais de construção e outros insumos são muito frequentes.
O administrador conta com a renovação do contrato entre a Foca e a cidade por mais cinco anos para reestruturar Interlagos. "Se for renovado, justifica o investimento nas reformas que queremos fazer", diz. Entre elas está a restauração do circuito antigo, a construção de muros ao redor de todo o autódromo e o recapeamento da pista. Custo: US$ 12 milhões.
Mello Filho não concorda com as críticas de Hidasi. "Têm coisas muito piores por aí. Não acredito que o GP do Brasil vá receber uma nota horrorosa na avaliação da FIA. O autódromo hoje está em plenas condições de fazer a corrida. Faltam algumas coisas no acabamento e o que foi pedido, a melhoria da drenagem e o recuo do 'Muro do Berger', está sendo realizado."

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