São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994 |
Texto Anterior |
Próximo Texto |
Índice
Há 30 anos, Cassius Clay dobrava o boxe
WILSON BALDINI JR.
Desde o abandono de Rocky Marciano, em 55, a principal categoria do boxe estava à procura de um grande pugilista. Os norte-americanos Floyd Patterson e Sonny Liston e o sueco Ingemar Johansson não tinham o mesmo carisma de antigos campeões como Marciano, Jack Dempsey ou Joe Louis. E, para os especialistas da época, Clay não conseguiria reverter esta situação. Antes da luta, na bolsa de apostas, Liston tinha total favoritismo: 8 por 1. O estilo falastrão de Clay –do qual ele se utilizava para promover suas lutas– não agradava parte do público e da imprensa norte-americana. "Quero uma chance de liquidar esse vagabundo. Sou o melhor do mundo", disse em 63, após a vitória do campeão Liston sobre Floyd Patterson. E a chance lhe foi dada. Aos 22 anos, ex-campeão olímpico dos meio-pesados na Olimpíada de Roma, em 60, e com 17 lutas vitoriosas, Cassius Clay subia ao ringue para enfrentar um experiente campeão, dez anos mais velho. A expectativa do público era ver se Clay conseguiria passar do 1º round. Coisa que Patterson não havia conseguido um ano antes. O jovem pugilista não só sobreviveu, como venceu o assalto. Utilizando seu rápido jogo de pernas (característica que lhe valeu o apelido de "bailarino") e o forte jab de esquerda, acompanhado de um direto de direita, Clay escapava do raio de ação do campeão. A inexperiência de Ali só foi notada ao final do 3º round. Autoconfiante em demasia, Clay baixou a guarda e recebeu três uppercuts fortíssimos. A partir do 4º round, utilizou a tática de machucar o adversário. Observando que Liston tinha ferimentos nos olhos, Clay repetiu jabs de esquerda até o final do 6º round. Resultado: o juiz Barney Felix suspendeu o combate no intervalo para o 7º assalto. "Ajoelhem-se diante de mim", disse Clay. Texto Anterior: Cultura e MTV irão aos EUA Próximo Texto: Campeão adotou islamismo em 64 Índice |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |