São Paulo, domingo, 27 de fevereiro de 1994
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O caubói se recusa a morrer

INÁCIO ARAUJO

A vantagem de uma programação feita ao acaso, como a da TV, é essa: numa semana quase intragável, de repente Clint Eastwood entra duas vezes. Sua estréia como diretor ("Perversa Paixão", sábado na Globo) já deixava entrever o mestre do futuro. Mas "Bronco Billy" oferece uma visão mais perfeita, mais amadurecida de seu cinema. Agora é ele próprio, Clint, o caubói "fake", vindo do Leste, que dirige um show de vaqueiros em meio à indiferença geral. Ao mesmo tempo em que alimenta o mito do Oeste num mundo que já esqueceu seus valores, Bronco Billy vive, no corpo-a-corpo, sua decadência e, busca, nela mesmo, a regeneração: é a imagem mesmo do errante, aquele que contra tudo e todos recusa-se a morrer. (Inácio Araujo)

BRONCO BILLY (Bronco Billy). EUA, 1980, 118 min. Direção: Clint Eastwood. Com Clint Eastwood, Sondra Locke. Na Globo.

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