São Paulo, quarta-feira, 2 de março de 1994 |
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Heineken Concerts junta Naná e Reid
CARLOS CALADO
"Quero ver o Vernon Reid dar um 'break' no rock e tocar maracatu e partido alto aí no Brasil", disse ontem Naná Vasconcelos, por telefone, de Nova York. O percussionista e compositor pernambucano, radicado nos EUA, será o "âncora" de um show inédito, preparado especialmente para o festival, reunindo astros do jazz e da música instrumental brasileira, mais o líder do Living Colour. "Estive ensaiando com o Vernon aqui em casa, no último domingo, e ele está excitadíssimo com o projeto", conta Naná. "Antes de formar o Living Colour, ele tocava com músicos do time do Ornette Coleman. Por isso, quando pode, Vernon adora fazer experiências como essa que vamos levar ao Brasil". Material inédito Segundo Naná, o show terá muito material inédito. Além de suas composições, o pernambucano também tem trabalhado em novos temas com dois antigos parceiros: o trompetista Don Cherry (ex-companheiro no trio Codona, no início dos anos 80) e o saxofonista Carlos Ward (integrante do Nu, grupo desfeito em 92). Pai da cantora pop Neneh Cherry, o criativo Don Cherry vai se apresentar pela primeira vez no Brasil. Figura essencial no "free jazz"dos anos 60, foi parceiro constante do saxofonista Ornette Coleman. Desde então tem liderado bandas, como a Old and New Dreams, e tocado com todos os medalhões do jazz contemporâneo, de Charlie Haden a Carla Bley. A intenção de Naná é fazer uma panorâmica de sua carreira musical, estabelecida há mais de duas décadas no exterior, onde conquistou prestígio internacional. Assim, além de referências ao Codona e ao Nu, também entram no repertório materiais de seus álbuns "Rain Dance" e "Bush Dance". Outra atração do show será o tubista Bob Stewart, bastante respeitado no meio jazzístico norte-americano. "Quero que a favela desça até o urbanismo do jazz", diz Naná, lembrando que terá a seu lado a percussão de Marçalzinho, o baixo de Arthur Maia e a sanfona do uruguaio Hugo Fattorusso. "Fiz questão de escolher músicos que conhecem o jazz, mas antes de tudo tocam música brasileira." "Meu grande desejo é fazer um grande final, com um grupo de maracatu de Recife tocando junto com a gente. Seria o máximo ver os americanos tocando maracatu junto com os brasileiros", diz Naná. Texto Anterior: Balança; Torneira; A missão; Parmesão; Sofá; Bordado Próximo Texto: Evento terá 4 anfitriões Índice |
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