São Paulo, quinta-feira, 3 de março de 1994
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ARQUIVO SECRETO

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O computador pessoal do diretor do Banco Central, Gustavo Franco, era e continua sendo o arquivo secreto do plano. Nas poucas reuniões em que foram apresentados documentos com projeções era solicitado ao final do encontro que as cópias fossem rasgadas. As reuniões era feitas em lugares diferentes para evitar a imprensa.
Muitos dos encontros para discutir o plano foram feitos nas casas dos membros da equipe –no Rio de janeiro, São Paulo e Brasília. Em Brasília, uma dessas reuniões foi feita no Lago Norte, na casa do secretário de Politica Econômica, Winston Fritsch.
Quando as reuniões eram feitas depois do expediente no Ministério da Fazenda e Banco Central ficava um funcionário de plantão para ir compar sanduíches na Marieta (lanchonete de sanduíches naturais) e no McDonald's.
A preocupação com os segredos do plano esteve presente o tempo todo. Mesmo na última sábado, quando já estava tudo definido, Gustavo Franco foi surpreendido pela presença na sala de reuniões de um garçom que trazia água quando discutia a possibilidade de mudar a metodologia de cálculo da TR, que corrige a poupança. Gustavo Franco, procurando confundir o garçom, dirigiu-se aos membros da equipe e disse bem alto: "A poupança não pode sofrer qualquer mudança, não é mesmo pessoal? Como o presidente Itamar Franco já tinha dito ..."

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