São Paulo, quinta-feira, 3 de março de 1994
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Câmbio pode se unificar com o Real, diz BC

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O diretor de Assuntos Internacionais do Banco Central, Gustavo Franco, disse ontem que os mercados de câmbio –comercial e flutuante– podem ser unificados no momento da criação da nova moeda, o Real. Ontem o BC editou medidas na área cambial no sentido de aproximar as cotações dos mercados, inclusive a do paralelo ou "black".
Franco disse que a relação entre o dólar e a URV exigirá um monitoramento mais constante. O dólar não poderá variar acima da URV fixada para o dia –e por isso o BC não comprará a moeda norte-americana acima do valor da URV. O banco também está proibido de vender dólar acima desse valor.
O BC baixou três circulares para reverter o atual deságio do dólar paralelo e do flutuante (turismo) –cujas cotações estão abaixo da do comercial. Essa situação facilita operações especulativas dos bancos, que compram dólar mais barato no paralelo para vender no comercial. Além de coibir essas transações, Franco disse que o BC quer "sinalizar o rumo da unificação do câmbio".
Pela circular 2.411, o BC estimulou os bancos que operam com câmbio a trabalharem com o dólar em espécie (cédulas e moedas), para induzir a elevação do paralelo. Os bancos poderão exceder livremente sua posição –que é uma espécie de conta em dólar
com limite máximo de US$ 10 milhões– desde que o excesso seja em espécie. Até então, os bancos evitavam operar com o dólar em espécie porque nessa modalidade o dinheiro não é remunerado.
O BC também aumentou a exigência de documentação nas operações de importação pelo mercado flutuante, pela circular 2.409. Segundo Franco, o deságio nesse mercado estimula os bancos a não utilizar o câmbio comercial para as compras externas. Pelo flutuante, não se exigia guia de importaçãoe a operação era feita em cruzeiros (seguindo a cotação do dólar-turismo). Com a circular 2.408, o BC fixou uma multa de US$ 100 para o preenchimento irregular dos documentos cambiais.

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