São Paulo, quinta-feira, 3 de março de 1994
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Estevam Martins diz não ter apoio político

FERNANDO ROSSETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O secretário de Estado da Educação de São Paulo, Carlos Estevam Martins, 59, afirmou ontem que "falta apoio político para fazer uma reforma administrativa na rede estadual de ensino". Martins disse isso para a Comissão de Educação da Assembléia Legislativa, onde debateu os programas que vem desenvolvendo para a educação estadual, que atende 6,5 milhões de alunos e tem 240 mil professores
Questionado por deputados do PT –Bia Pardi, Ivan Valente e Luiz Carlos da Silva– sobre o que seria essa falta de apoio, ele respondeu que se referia "à sociedade paulista, que não tem manifestado, através de suas entidades, empenho na racionalização da administração da rede". "Não há apoio da opinião pública, porque ela está mais preocupada com resultados imediatos", acrescentou.
Segundo Martins, por causa dessa falta de apoio, não será feita uma reforma mais ampla na rede este ano. Ele sustentou que o chamado Programa de Reforma no Ensino Público do Estado de São Paulo –lançado em 1991 pelo então secretário da Educação Fernando Morais– está sendo mantido. "Tanto continua, que nós criamos mais 256 escolas-padrão este ano e estamos abrindo inscrições para um novo lote no meio do ano.".
Em entrevista concedida em novembro, o secretário afirmou que suspenderia o programa por causa de seu alto custo. A Folha apurou que, no dia em essa declaração foi publicada, o governador Luiz Antonio Fleury Filho telefonou em torno das 7h para a casa de Martins, para que ele voltasse atrás em sua afirmação. Ontem, o secretário disse aos deputados que foi a imprensa que compreendeu mal suas declarações.
Ele também afirmou à Comissão de Educação que, até o final da gestão Fleury, espera que cerca de um quarto da rede seja convertida em escola-padrão –onde os professores recebem adicional de 30% por dedicação exclusiva, há apenas três turnos de aulas e, segundo o projeto original, são feitos grandes investimentos na infra-estrutura da escola, entre outros benefícios. A promessa original era de que toda a rede seria tornada padrão até 1995. "O resto fica para o próximo governo", segundo Martins.

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