São Paulo, quinta-feira, 3 de março de 1994
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Adesão divide comércio

Cibramar lança hoje campanha com descontos em URV

DA REPORTAGEM LOCAL

A possibilidade de aderir à URV (Unidade Real de Valor) divide o comércio paulista. Enquanto algumas lojas já estão convertendo seus preços à nova moeda voluntariamente, outras preferem esperar o término da liquidação de verão ou uma determinação do governo para colocar tabelas em URV.
A revenda Cibramar inicia hoje a campanha "Os preços dos carros agora são em URV. Os descontos da Cibramar também", criada pela agência Grottera e veiculada em jornais. "Todos os carros, menos o modelos populares, foram convertidos para URV", disse Cláudio Rodrigues, gerente da concessionária Volkswagem.
Assim, é possível comprar um Gol CL por 7.533,81 URVs ou um Santana GLSi por 23.517,25 URVs. A tabela da montadora para as peças de reposição (amortecedor, embreagem etc) ainda não chegou às lojas. Segundo Rodrigues, somente o gasto com mão de obra não será convertido em URV. "O serviço ficaria muito caro, aumentando todos os dias.".
A Di Marino, loja de roupa masculina, continuou com os preços em URV pelo segundo dia. "Os clientes perceberam a mudança da etiqueta e estão curiosos quanto ao plano", disse Abdala Hesser, dono da loja da zona sul da cidade.
A Nielsen's, loja de sapatos na rua Oscar Freire, deve iniciar o uso da UVR com a chegada da nova coleção, o que deve acontecer nos próximos 20 dias. Paulo Nielsen, 30, dono da loja, disse que sua tabela de preços, em cruzeiros reais, já vem acompanhada de uma cotação do produto em dólar. "Com essa inflação maluca, as pessoas já procuram uma referência em dólar. Assim, não deve haver problemas na hora da conversão", disse.
Na Greenfield, que vende artigos esportivos no bairro dos Jardins, não há previsão para a mudança de cruzeiros reais para URV. "No novo indexador, o preço subiria diariamente e provavelmente haveria problemas nas trocas", disse a gerente Isabela Gimaiel.
Sonia Andreis, gerente da Pandemonium, na rua Augusta, afirmou que os preços vão continuar em cruzeiros reais até a mudança da moeda. "Nem os consumidores estão perguntando sobre a URV", disse Sonia.

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