São Paulo, sexta-feira, 4 de março de 1994
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Campanha começa com combate a oligopólios

TALES FARIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Fernando Henrique Cardoso, definiu com o líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), e o deputado Antônio Britto (PMDB-RS) que sua campanha à Presidência começa pelo combate à alta dos preços dos setores oligopolizados.
Eles concluíram que, para que FHC possa deixar o cargo e concorrer às eleições, o ministro terá que forçar alguns setores oligopolizados a diminuírem seus preços, no máximo, aos níveis praticados no final do ano passado. "O ministro precisa ser visto pelo povo de mangas arregaçadas, lutando pela diminuição dos preços", disse Simon.
Segundo o líder do governo disse depois da reunião, "é muito difícil que FHC deixe o cargo, mas sua principal função de hoje até o dia 30 de março é acabar com a alta dos preços dos setores oligopolizados. Depois disso, ele pode fazer o que quiser".
Caso FHC seja bem-sucedido nesse período, o objetivo é reunir um grupo de pesos-pesados do PSDB, do PMDB, do PFL e dos demais partidos dispostos a se engajar numa aliança eleitoral para cobrar do ministro sua saída. "O mês de março é decisivo", afirma o deputado Sérgio Machado (PSDB-CE).
O PDT fechou suas portas ontem a participar dessa aliança. "Queremos que o ministro saia candidato sim, mas, para mostrar, no calor da batalha, que ele é um blefe", disse o líder do partido na Câmara, Luiz Salomão (PDT-RJ). Ele marcou com o presidente do PMDB, Luiz Henrique o encontro dos dois partidos para o próximo dia 16, mas avisou que não aceita aliança com o PSDB e que o encontro não será, como queria o PMDB, com a Executiva do PDT, "mas uma comissão indicada pela direção do partido".
Na verdade, o PDT fala em alianças com o PMDB com o mesmo objetivo do PSDB: de olho nos peemedebistas que não aceitarem uma provável vitória do ex-governador Orestes Quércia na convenção do partido. Simon e Britto se encontraram com FHC como representantes dessa parcela. "O mais provável é que Quércia seja o candidato do partido. Com isso, esperamos uma aliança com a parcela dissidente", disse Sérgio Machado.
"Estamos perdidos como o cachorro que caiu da mudança", reclamou o vice-líder do PMDB na Câmara, Aloísio Vasconcellos (MG). "Esperamos que o Britto fosse candidato, mas ele não aceitou. Demoramos a nos aliar com o PSDB, e o PFL tomou a dianteira. Agora vamos entrar na campanha do FHC como simples dissidência", completou o peemedebista.
O governador da Bahia Antonio Carlos magalh1es defende uma coligação do PFL com o PSDB. Mas o lítder o PSDB no Seando Mario Covas, diz que é contra uma liança que tenha apenas esses dois partisos. 'Seria menos mal, uma alinaça mais ampla, que envolvesse também PMDB e PDT. Acredito no entanto, que todos os partidos terão candidatura própria no primeiro turno', afirmou Covas

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