São Paulo, sábado, 5 de março de 1994 |
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Simon cobra medida contra alta de preços
RAQUEL ULHÔA
Simon defendeu que os empresários responsáveis pelos aumentos de preços "exagerados e escandalosos" dos últimos dias sejam punidos com prisão. "O governo tem que abrir as baterias contra os oligopólios", afirmou. Segundo Simon, com o lançamento do plano, os salários ficaram "amarrados" pela média dos últimos quatro meses e os preços "acima do pico, nas nuvens". Segundo o presidente do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), Ruy Coutinho, o governo não tem instrumentos para punir especuladores com prisão. A lei antitruste, que cabe ao Cade aplicar, só prevê multas e outras penalidades administrativas. Mas há um caminho: o governo ou qualquer cidadão processar quem cometer crimes "contra a ordem econômica e as relações de consumo" através do Ministério Público, com base na lei 8.137 (Lei do Colarinho Branco). Essa lei prevê reclusão de dois a cinco anos, mas só pode ser aplicada pelo Ministério Público, por dispor sobre crimes de ação penal. O Cade julga processos com base na legislação antitruste. O governo vai encaminhar na próxima segunda-feira ao Congresso proposta de projeto de lei tornando o Cade um instrumento mais forte de combate aos oligopólios e monopólios. Pedro Simon pediu ao presidente da Câmara dos Deputados, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), que o projeto seja aprovado em regime de urgência urgentíssima. Ele lembrou que o governo não possui instrumentos para fiscalizar as remarcações nos supermercados –como ocorreu no Plano Cruzado com os "fiscais do Sarney"– porque o governo Collor desmontou a estrutura da Sunab. Texto Anterior: Para Funcex, defasagem cambial chega a 25,2% Próximo Texto: Confederações querem mudar MP do plano Índice |
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