São Paulo, sábado, 5 de março de 1994
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Conflitos matam mais quatro palestinos

DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Quatro palestinos foram mortos ontem em confronto com israelenses nos territórios ocupados de Gaza e Cisjordânia, uma semana depois do massacre de 43 palestinos em uma mesquita de Hebron (na Cisjordânia ocupada). Tentando evitar mais violência, o governo israelense fechou por uma hora ontem o Muro das Lamentações, em Jerusalém, o lugar mais sagrado do judaísmo.
A polícia israelense barrou os judeus de rezarem no Muro por uma hora e reforçou a segurança na área para impedir confrontos com os palestinos que se reuniram no complexo de mesquitas de Al-Aqsa e da Rocha, acima do Muro. Funcionários das mesquitas disseram que menos de 10 mil pessoas puderam assistir às orações de ontem, contra uma média normal de 200 mil nesta época do ano (mês sagrado do Ramadã).
Não houve confronto durante as preces, mas em Balata, um campo de refugiados ao norte de Jerusalém, o Exército matou dois palestinos durante protestos. Na faixa de Gaza, um palestino esfaqueou dois colonos israelenses e foi morto a tiros por um deles. Na Cidade de Gaza, os soldados mataram um palestino que tentou esfaqueá-los.
Soldados e colonos israelenses já mataram pelo menos 26 palestinos e feriram centenas desde o massacre de Hebron, cometido por um judeu ortodoxo extremista que vivia na colônia de Kyriat Arba, vizinha de Hebron. A chacina levou a OLP (Organização para a Libertação da Palestina) a suspender o diálogo de paz com Israel. Para retomar o diálogo, exige proteção para a população palestina e o desarmamento dos colonos.
Em Washington, o enviado palestino, Nabil Shaat, disse que o Conselho de Segurança da ONU está perto de aprovar resolução apoiada pelos EUA pedindo uma presença internacional armada nos territórios ocupados para proteger os palestinos. Shaat disse que faltava ainda acertar que tipo de arma a força internacional portaria e como agiria. Israel admite uma presença internacional desarmada.
No sul do Egito, guerrilheiros fundamentalistas dispararam contra um barco de turistas no rio Nilo que levava 33 turistas alemães, ferindo com gravidade uma alemã. O Grupo Islâmico reivindicou o atentado e disse que era uma vingança pelo massacre de Hebron. No Cairo, centenas de pessoas protestaram após as orações de sexta-feira.

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