São Paulo, domingo, 6 de março de 1994
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Carteira consegue rentabilidade real de 2,19%

RODNEY VERGILI
DA REDAÇÃO

A rentabilidade líquida (após impostos) da carteira teórica no período de 1º de fevereiro a 1º de março foi de 42,76%, o que significou um rendimento real de 2,19% sobre a variação da Ufir.
Tadeu Marcos Guedes, diretor-adjunto da Geral do Comércio S/A Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários, acreditou no caminho seguro da renda fixa e conseguiu uma rentabilidade atraente.
Ele acredita que o fôlego da renda fixa não acabou. Guedes comenta que as taxas de juros reais devem continuar subindo de forma gradual e que o mercado estima taxas de até 4% ao mês na transição da URV de indexador para moeda.
No início da estabilização da economia, há a expectativa de aumento nos depósitos à vista e para evitar que a tendência se transforme em consumo e pressão inflacionária, o governo deverá aumentar a taxa de juro real, acredita.
O mercado futuro de DI já projeta custo do dinheiro de 45,75% para abril, o que embute juro real de 3%, diz Guedes.
A compra do CDB é uma arte de remar contra a maré. Nos momentos de alta de juros, os CDBs podem estar em uma semana a 4.000% ao ano e na outra a 4.200% ao ano. Os fundos de investimento futuro DI diluem os riscos de variações nos juros.
Por seu lado, a aplicação de parte dos recursos em CDB garante certa rentabilidade, caso a alta não ocorra. É o princípio de um pé cá, outro lá. Guedes acredita ainda que haja algumas pechinchas nas Bolsas. As ações estão em média a 80% do valor patrimonial, enquanto em outros países como o Chile os preços já são o dobro do valor patrimonial.
O mercado acionário ficou agitado na semana passada com a possibilidade de restrições à captação de dinheiro estrangeiro. O governo fixou alíquota "zero" de IOF sobre aplicações de investidores estrangeiros em Bolsa, mas pode aumentar até 25% caso haja necessidade.
"O governo precisava de uma ferramenta à disposição para regular melhor o fluxo de recursos externos", diz Guedes.
Houve um sinal amarelo na rota dos dólares, mas o pregão da última sexta-feira demonstrou que a regulamentação governamental foi absorvida.
Na última quinta-feira, houve queda no volume de negócios na Bolsa paulista, pois os investidores estrangeiros ficaram praticamente fora do mercado. Foi uma pausa para respirar e mesmo assim o índice Bovespa subiu 2,3% na quinta.
No pregão da sexta-feira, a Bolsa paulista mostrava toda a adrenalina do mercado com alta de 6,5%.
Guedes diz que a médio prazo as Bolsas deverão dar bom resultado, pois a estabilização econômica será favorável ao mercado acionário.

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