São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
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Casa da Moeda faz 300 anos amanhã

FRANCISCO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO

Casa da Moeda faz 300 anos amanhã
A Casa da Moeda do Brasil completa 300 anos amanhã na expectativa que o real, a nova moeda brasileira que entra em vigor nos próximos meses, seja bem sucedida e libere sua capacidade produtiva, para que ela possa voltar a competir no mercado exportador. A Casa da Moeda foi criada em 8 de março de 1694, em Salvador (BA), por ordem do rei D. Pedro 2º, o Pacífico, de Portugal.
O presidente da empresa, Danilo de Almeida Lobo, disse que ela está exportando pouco porque sua capacidade de produção de cédulas está "comprometida com o Banco Central", por conta da velocidade de substituição do papel moeda causada pela até agora incontrolável inflação brasileira.
No ano passado a Casa da Moeda só exportou cédulas para o Zaire. Foram 150 milhões de cédulas, que representaram uma receita de US$ 5 milhões. A outra exportação em 93 foi de moedas, para a Argentina, somando mais cerca de US$ 2 milhões.
O faturamento total da empresa em 93 foi de aproximadamente US$ 140 milhões, sendo cerca de 80% vindos do Banco Central. Na década de 80, a Casa da Moeda chegou a ter presença importante no mercado internacional de papel moeda, fornecendo para países como Chile, Paraguai, Bolívia, Equador e outros.
A voracidade da inflação acabou sendo um estímulo à produtividade da Casa da Moeda. Segundo Danilo Lobo, nos últimos anos a empresa conseguiu, através de modernização de processos, passar sua capacidade produtiva de 200 milhões para 400 milhões de cédulas por mês, com os mesmos 2.000 empregados e com as mesmas 20 máquinas de impressão de cédulas que compõem seu parque gráfico.
Isso não irá impedir que o Brasil volte ao mercado internacional para comprar, provavelmente, a maior parte das novas cédulas de real que vão substituir as do cruzeiro real. Danilo Lobo disse que, dado ao curto tempo disponível, o máximo que a Casa da Moeda poderá fazer é trabalhar a todo vapor para reduzir ao mínimo as importações, que poderão chegar a mais de 1 bilhão de cédulas.
Selos e passaportes
Além de cédulas e moedas, a Casa da Moeda do Brasil detém o monopólio da produção no Brasil de selos para os correios e de selos fiscais para cigarros, bebidas e relógios. São produzidos também na empresa passaportes, títulos da dívida pública, bilhetes de metrô e outros valores. Este ano ela irá produzir também os bônus eleitorais, que serão os documentos legais de doações a partidos políticos.

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