São Paulo, segunda-feira, 7 de março de 1994
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Gritos de Telê irritam jogadores

DA REPORTAGEM LOCAL

A violência do clássico, que teve três expulsões e sete cartões amarelos, preocupou menos os jogadores do Corinthians que as intervenções do técnico Telê Santana, do São Paulo. Notório por seu combate ao que considera uma arbitragem honesta, o treinador irritou, porém, os corintianos. O ponto mais crítico aconteceu no final do 1º tempo, quando Telê reclamou exageradamente de uma falta de Zé Elias em Vítor, acontecida à sua frente. "Isso não pode ficar assim", gritou Telê ao árbitro Oscar Roberto Godói, que puniu o corintiano com um cartão amarelo.
Irritado, Zé Elias ensaiou uma discussão com o treinador e com o árbitro. "Afinal, quem está apitando aqui?", disse, para espanto dos dois, que nada responderam. Ao final do 1º tempo, Viola foi cobrar de Godói mais isenção. "Você não pode deixar ele ficar gritando tanto", disse o centroavante. A medida surtiu efeito. Na primeira investida do treinador no 2º tempo, Godói disparou: "cuide de seu time que eu cuido do jogo".
A disposição de Godói foi decisiva em segurar os ânimos do jogo. Aos 22 minutos, o árbitro expulsou o lateral corintiano Elias, por jogada violenta. E, aos 34, um minuto depois do empate, o árbitro não gostou de uma troca de empurrões entre Gralak e Muller, em um lance na área do Corinthians, e os expulsou. "Eu dei porrada sim porque ele passou o jogo inteiro me dando cotoveladas", justificou o zagueiro corintiano. Godói ameaçou ainda diminuir o número de jogadores em campo: irritado com a confusão, o goleiro Ronaldo foi cobrar menos violência dos jogadores do São Paulo, o que serviu como provocação para o lateral André. Apesar da troca de empurrões, os dois não foram expulsos, graças principalmente à intervenção do goleiro reserva Wílson.
"Um clássico normalmente é tenso, mas não violento", observou o volante Moacir, improvisado na zaga. "O problema é que, quando os gols não saem –e isso aconteceu com o São Paulo no 1º tempo e conosco, no tempo final-, as cotoveladas aparecem em maior quantidade", observou. "Nesse caso, tem que torcer para que o árbitro não veja nada."

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