São Paulo, quarta-feira, 9 de março de 1994 |
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Reali vive Ofélia em "Hamlet"
FERNANDA SCALZO
Já o Hamlet interpretado por Francis Huster retrata o desespero da personagem numa fala e respiração afobadas, que, ao longo das três horas e meia de peça, acaba deixando a platéia um pouco sem fôlego. Se a peça não fosse tão conhecida, algumas passagens poderiam se perder na afobação. O rei Claudius (Michel Aumont) e a rainha Gertrude (Geneviève Casile) saem-se melhor nas cenas menos dramáticas. Padrão clássico A Companhia Francis Huster apresenta uma montagem bem tradicional de Hamlet. A postura das personagens em cena, seus gestos e deslocamentos estão mais que dentro do padrão clássico do teatro (exceção à cena de Ofélia enlouquecida, em que Cristiana Reali consegue criar uma expressão que se diferencia do todo –o que não acontece com Hamlet mesmo em seus momentos de pior falsa demência. O cenário e o figurino, assinados por Johan Engels, reforçam a sensação de que se assiste a uma montagem muito bem-cuidada, mas sem nenhuma grande inovação. O espectro do rei morto surge num primeiro momento como uma luz e depois com uma projeção sobre um espelho colocado no fundo do palco. Competições Paris também vive seu "boom" de Shakespeare. A montagem de "Hamlet" pela Companhia Francis Huster, em cartaz no Teatro de Marigny, compete com a montagem da mesma peça em cartaz na Comédie Française, dirigida por Georges Lavaudant. O diretor Stéphane Verrue estreou esta semana no Teatro de Suresnes Jean Vilar sua montagem de "Romeu e Julieta", que compete com a de Marc Debono, encenada no Teatro Tambour Royal. O colunista JOSÉ SIMÃO está em férias durante o mês de março Texto Anterior: Russell troca barroquismo por didatismo Índice |
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