São Paulo, quarta-feira, 9 de março de 1994
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Manaus atrai indústrias de informática

ANDRÉ LOZANO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O número de indústrias de informática instaladas na Zona Franca de Manaus mais que dobrou nos últimos três anos. Em 91, existiam 15 empresas do setor. No ano seguinte foram instaladas mais três e, em 93, a ZFM somou 37 fábricas de componentes de informática e microcomputadores. Nesse período, a quantidade de equipamentos produzidos aumentou 204% (129.671 produtos em 91 e 394.225 no ano passado) e o faturamento global passou de US$ 48 milhões para US$ 207,6 milhões –crescimento de 332,5%.
Segundo a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa), o pólo de informática foi o que mais cresceu entre os outros instalados no Distrito Industrial da cidade. No total, existem 88 projetos no setor para diversificação e produção de placas de circuito impresso, monitores de vídeo, unidades de discos magnéticos flexíveis e rígidos, CD-ROM, entre outros.
O produto que mais cresceu foi o microcomputador. De acordo com estimativas da Suframa, 65 mil unidades de micros foram lançadas no mercado em 93, contra 13 mil em 1992. Em 91, a produção não passou de 2.000 unidades.
O deslocamento de empresas de informática à ZFM, neste período, deveu-se aos incentivos fiscais oferecidos. Os bens de informática são isentos de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), têm redução do Imposto sobre Importação e de 40% do ICMS na importação. No entanto, hoje, esses incentivos não são considerados pelos empresários do setor de informática como fatores de atração de novas indústrias. Isso porque outras isenções, mais convidativas, são oferecidas em outros Estados, como no Paraná, onde o ICMS na importação é zero.
Segundo o superintendente-adjunto de Planejamento da Suframa, Joaquim Francisco da Silva Corado, o órgão intensificou a fiscalização para que seja cumprido o Processo Produtivo Básico. "O empresário terá de investir, anualmente, 5% do seu faturamento bruto no mercado interno em atividades de pesquisa e desenvolvimento na Amazônia", diz ele.
As indústrias do setor são obrigadas também a aplicar, no mínimo, 2% do faturamento bruto em convênio com centros ou institutos de pesquisa ou entidades brasileiras de ensino.
A empresa de informática precisa ainda apresentar um programa de efetiva capacitação do seu corpo técnico nas tecnologias para produtos e no processo de produção. A partir de abril de 95, as empresas que não tiverem o certificado ISO 9.000 (norma internacional, que visa assegurar a qualidade da produção) terão os incentivos cancelados.

Texto Anterior: Intel anuncia novos chips Pentium
Próximo Texto: Micros são montados no país
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.