São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Fipe apura inflação de 38,87%

DA REDAÇÃO E DA SUCURSAL DO RIO

A taxa de inflação medida pela Fipe em São Paulo até a primeira quadrissemana de março foi de 38,87%, contra 38,19% da taxa anterior, referente ao fechamento de fevereiro.
Outros índices divulgados ontem, o IGP e o ICV do Dieese, referem-se ao mês de fevereiro. O IGP (Índice Geral de Preços) da Fundação Getúlio Vargas registrou alta de 42,41%, com 0,22 ponto percentual de elevação sobre o índice de janeiro. O índice do Dieese que mede o custo de vida para famílias com renda de até 30 salários mínimos teve variação de 40,10%. Na faixa de renda até cinco mínimos a alta foi de 40,45% e até três, de 40,66%.
No IGP de fevereiro, a alta foi liderada pelos preços no atacado, que subiram 43,23%, ou seja, 1,9 ponto percentual superior ao de janeiro. Os preços ao consumidor subiram 41,98% (mais 0,7 ponto) e os da construção civil, 39,14% (menos 4,8 pontos).
A primeira prévia do IGP-M de março, medida até 28 de fevereiro, foi de 22,54%, com 1,79 ponto percentual a mais que a primeira prévia de janeiro. O IPC foi de 29,85%, o IPA de 19,19% e o INCC, de 19,03%.
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Na avaliação de Juarez Rizzieri, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe, a pressão da inflação está bem localizada. Vem dos alimentos, que tiveram alta generalizada. A evolução foi de 42,61% na primeira quadrissemana do mês, acima dos 39,10% em fevereiro.
Os "in natura" lideram as altas, ficando 51,57% mais caros para os paulistanos. Verduras (70,4%), batata (95,94%) e cebola 94,77% estiveram entre os maiores reajustes do período.
Alguns produtos estão com alta acelerada devido a problemas de safra, como ocorre com o feijão, que teve aumento de 126,63% em 30 dias. A entrada de safra do arroz, no entanto, já começa a segurar os preços. A alta na primeira quadrissemana de março foi de 29,18%, contra 31,49% na última de fevereiro.
Rizzieri acredita que um dos poucos produtos que está subindo entre os alimentos devido à implnatação da URV é a carne. Em plena safra, a carne bovina teve reajuste de 37,94%, cinco pontos acima da taxa anterior.
A pesquisa da Fipe confirma pequena evolução nos produtos industrializados. Artigos de limpeza (40,48%) e higiene e beleza (39,95%) também estiveram acima da taxa média de inflação.

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