São Paulo, sexta-feira, 11 de março de 1994
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Máquina 3 é o novo cabelo das garotas

ERIKA PALOMINO
DA REDAÇÃO

O look "bad girl" está desembarcando em São Paulo. São as garotas de cabelo bem curto, cortado com o uso de máquinas, que começam a aparecer no mundo da moda e da noite na cidade. À primeira vista, uma intenção agressiva. Mas só à primeira vista. Nossas "bad girls", ao contrário da modelo Eve Salvail, que celebrizou o visual nas passarelas internacionais quando evoluiu de sua cabeça raspada, pouco querem chocar. Querem apenas ser fashion, brincar com a própria imagem ou mesmo escapar do calor.
É o caso, por exemplo, da ex-modelo e atual booker da agência Elite, Denise Piccinini, 29. Ela cortou os cabelos, antes em comprimento pelo meio do pescoço, há apenas duas semanas. "Vi uns meninos que tinham acabado de voltar da Europa, onde todo mundo está assim, e fiquei com vontade, estava tão quente aqueles dias... E ficou superlegal: recebi elogios até em restaurantes, de gente que eu nem conhecia", conta. O responsável pelo corte de Denise foi Carlão, do MM Beauty, com tesoura e máquina três (a numeração do dente do aparelho para o tamanho do fio de cabelo).
Já Ligia Parro, 29, também do meio de moda (trabalha como gerente de produto), mudou mesmo "pelo tesão de cortar cabelo": "cada vez que faço alguma coisa as pessoas pensam que eu quero ficar mais feia, mas não é isso não." Recentemente, Ligia teve cabelo verde, azul e roxo -este último ela achou "simplezinho". E quis mexer mais. "Agora faço a linha waimarener", define, à sua moda. Quem cortou seu cabelo foi o beauty-artist André Clairet, que chegou ao resultado sem máquina, apenas com uma tesoura com lâmina de porcelana.
A promoter da noite Katia Miranda, 25, também aderiu. Cortou também há duas semanas, descoloriu e passou tinta cor de laranja. "Todo mundo olha na rua, mas eu não ligo, já estou acostumada", conta Katia, que já teve cabelos à la Marilyn Monroe e Madonna.
Mas os especialistas concordam: não é para qualquer pessoa. Wilton Ferreira, 30, do salão Soho, lembra o novo visual da modelo Monique Evans e diz, com seus dez anos de experiência, que a garota "não precisa ser linda". "Mas tem que ter algo de especial, como uma boca ou olhos interessantes." Além de um bom formato de cabeça (que o próprio cabeleireiro pode avaliar) e estilo.
Para quem gostou da idéia, Wilton avisa: "um corte desses tem que pensar bem antes de fazer. Por isso recomendo ir cortando aos pouquinhos." (Erika Palomino)

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