São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 1994 |
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Psicóloga vê dificuldades da mãe que trabalha
FERNANDO ROSSETTI
Em sua pesquisa, Sylvia usou como referencial teórico o trabalho de Carl Gustav Jung (1875-1961). "O masculino e o feminino em Jung são qualidades que estão presentes em homens e mulheres", diz. Na tese, o trabalho profissional é associado à polaridade masculina e a maternidade, à feminina. Para Sylvia, o ideal seria encontrar um equilíbrio entre as polaridades. A partir de entrevistas com mulhers de classe média-alta, Sylvia delineou as formas principais de associar maternidade e trabalho: há mulheres que se dedicam quase que exclusivamente à vida profissional; há mulheres que se encontram extremamente divididas entre esses dois pólos e os vivem com muita confusão e angústia; há algumas que cumprem os papéis –de mãe, profissional, esposa, dona-de-casa–, administrando todas essas situações sem muito questionamento; e há ainda as que associam maternidade e profissão e tiram disso grande prazer. "O que parece é que a mulher está um pouco sem saber o que é ser mulher. Ela tem tarefas –como mãe, alimenta, leva e traz os filhos; como profissional, é eficiente– mas não tem tempo para questionar o que quer tirar para ela do trabalho ou de ser mãe", diz. Para Sylvia –que tem dois filhos e trabalha com psicologia clínica–, a situação de ser mãe e ao mesmo tempo trabalhar, por colocar em questão o pólo masculino e o feminino, oferece uma boa oportunidade para a mulher desenvolver, de forma consciente, uma relação mais prazerosa e saudável com aquilo que ela faz. Texto Anterior: Engenheiro percebeu médico serrar sua perna Próximo Texto: WALTER CENEVIVA Índice |
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