São Paulo, segunda-feira, 14 de março de 1994
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No casal, cada um deve seguir seu ritmo

ROSELY SAYÃO
ESPECIAL PARA A FOLHA

"Eu e meu namorado somos virgens, mas fazemos sexo oral e carícias íntimas. Já tentamos por duas vezes a penetração, mas não conseguimos porque meu namorado sentiu muita dor. Isso é normal ou há possibilidades de ser fimose? Outra coisa: não consigo acompanhar o ritmo dele, pois quando estou começando a ficar excitada, ele já está ejaculando. Será que esse problema existe pelo fato de sermos virgens?"

Não é normal, querida, o homem sentir dor para transar, mesmo que seja a primeira vez. Ele não tem, como a mulher, membrana alguma que se rompe na primeira penetração. Mas se ele tem fimose, pode, sim, sentir dor, e essa dor pode ser forte, fraca ou apenas uma sensação de desconforto, dependendo do estreitamento do prepúcio.
O prepúcio é uma pele que protege a cabeça do pênis quando ele está mole. Quando ocorre a ereção o pênis endurece, aumenta de tamanho e o prepúcio escorrega para trás, deixando a glande descoberta. A fimose existe quando o prepúcio é apertado, tornando difícil ou impossível esse movimento de deslizar para trás. É isso que provoca dor.
A fimose não é um problema sério, pois é simples de corrigir. Se for constatada a fimose, por um médico urologista, pode ser indicada uma cirurgia para corrigir o problema. A operação é simples e resolve essa dificuldade da vida sexual.
Quanto ao descompasso de vocês durante as carícias, saiba que isso é comum entre casais. O homem e a mulher são diferentes também nas reações do processo de excitação. É mais comum que a mulher precise de mais estímulos para ficar excitada. O homem pode se excitar com mais rapidez. Mas isso não precisa virar um problema. Nem é preciso que você acompanhe o ritmo dele.
A adaptação pode ser conseguida com o tempo, a experiência e a disponibilidade de vocês para isso. Não adianta um querer ficar impondo para o outro o seu próprio ritmo. E se vocês não se importarem com a situação, aí, sim, isso pode virar um problema, pois um dos parceiros vai acabar ficando insatisfeito.
Usem a criatividade e a imaginação para encontrar uma solução. E lembrem-se que, para uma adaptação da vida sexual, também é preciso paciência e compreensão dos dois. E claro, cabeça aberta para aceitar mudanças e correções de rumos.

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