São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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Gado brahma chega ao Brasil para desfilar na terra do nelore

DA REPORTAGEM LOCAL

Gado brahma chega ao Brasilpara desfilar na terra do nelore
Vinte cabeças de gado brahma, raça zebuína de origem indiana como o nelore, chegam nesta quinta-feira no Brasil vindas dos EUA.
A importação é pioneira. Antes, a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), de Uberaba, não permitia a criação do brahma no país.
Quatro criadores trazem os animais: Rubico Carvalho, de Barretos (SP), seus filhos Antonio José Prata Carvalho e José Rubens Carvalho, e Manoel Garcia Cid, de Londrina (PR). Rubico, e o pai de Manoel, o espanhol Celso Garcia Cid, foram um dos pioneiros na importação de nelore da Índia para o Brasil.
O gado desembarca em Viracopos e segue para um período de quarentena em Londrina. Em abril, participa da mostra agropecuária da cidade paranaense. No início de maio, estes animais, junto a outros que chegarão ao Brasil, participam pela primeira vez da maior feira mundial de zebuínos, a Expozebu, em Uberaba (MG).
"Estamos trazendo 15 fêmeas e cinco machos", afirma Antonio José. Os animais são provenientes de dois conhecidos criatórios americanos, o da família Hudgins e o do V8-Ranch. Eles possuem idade média de dois anos e custaram entre US$ 5 mil e US$ 10 mil.
Os animais têm pouca idade por dois motivos. "Primeiro, porque o frete é pago de acordo com o peso do gado. Depois pelo fato de o animal poder crescer aqui no Brasil", diz Antonio José. Dentro de 15 dias, esses mesmos criadores importarão 4.000 mil doses de sêmen de reprodutores americanos.
Rubico Carvalho mantém um criatório de nelore e de brahma nos EUA. É o Four Star Cattle Company, que fica no Texas. Uma cabeça de nelore pertencente a Rubico, foi a primeira da raça proveniente do Brasil a obter registro na até então fechada American Brahman Breeder Association (ABBA).
"A ABBA não registrava outras raças zebuínas, como nelore, guzerá e gir. Para os americanos, tinha cupim nas costas, era brahma e pronto", conta Antonio José.
Por aqui, a Associação do Zebu dava a resposta, não permitindo a entrada do brahma. A partir do momento em que os americanos reconheceram e passaram a aceitar o registro das raças zebuínas selecionadas no Brasil, o acesso ao brahma no país foi liberado.
Na Expozebu, em Uberaba, 55 lotes de brahma concorrem aos julgamentos. Eles pertencem a criadores brasileiros. Argentinos e paraguaios, porém, prevendo a demanda futura da raça, também querem participar da exposição.

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