São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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52% desaprovam governo Brizola no Rio

JOÃO BATISTA NATALI
DA REPORTAGEM LOCAL

Leonel Brizola (PDT) é pela primeira vez considerado ruim ou péssimo por mais da metade dos eleitores fluminenses. Ele também registra a imagem mais desfavorável entre os governadores de dez Estados e do Distrito Federal, pesquisados pelo Datafolha, ao fim do terceiro ano de mandato.
Há seis meses, a avaliação de ruim ou péssima era dada à administração estadual do Rio de Janeiro por 49% dos entrevistados. A mesma resposta é dada agora por 52%. Os que consideravam Brizola um governador regular cairam de 33% para 31% e os que viam seu governo como ótimo ou bom ficaram estacionados nos 15%.
Com sua popularidade em declínio, será difícil para Brizola repetir seu desempenho eleitoral de 1989, caso ele ele realmente se candidate à Presidência da República. Ele obteve a terceira colocação no primeiro turno e seu cacife seria hoje bem mais reduzido
Também com imagem predominantemente negativa está o governador Joaquim Francisco (PFL), de Pernambuco, com 40% de ruim ou péssimo -oito pontos a mais que na pesquisa de há seis meses.
No campo oposto, dos governadores com melhor imagem junto a seus eleitores, o cearense Ciro Gomes (PSDB), o baiano Antônio Carlos Magalhães (PFL) e o paranaense Roberto Requião (PMDB) apresentam, pela ordem, aos melhores resultados. Gomes tem 67% de ótimo e bom, ACM tem 65% e Requião 60%.
Dois outros governadores, Pedro Pedrossian (PTB), em Mato Grosso do Sul, e Joaquim Roriz (PP), no Distrito Federal, também recebem, embora com cifras mais modestas, taxas majoritárias de aprovação: 49% e 45%.
Vem a seguir o pelotão dos governadores cuja administração é considerada regular. São eles o mineiro Hélio Garcia (PTB), com 40% de avaliações nesse sentido, o gaúcho Alceu Collares (PDT), com 46%, e o catarinense Vilson Kleinubing (PFL), com 42%.
A pesquisa também procurou identificar os maiores problemas em cada Estado, o que se traduz pelo desejo do eleitor de uma intervenção mais eficiente de seus governantes. No Rio, 27% dos entrevistados apontam os problemas ligados à violência e à criminalidade. Esse mesmo ítem, a título de ilustração, é mencionado como nevrálgico por apenas 5% dos paulistas e 5% dos gaúchos, caindo para porcentagens simbólicas em outros Estados.
A pobreza e a fome são consideradas como o maior problema na Bahia (com 22% das respostas), em Pernambuco (19%) e no Ceará (14%). Mas não é uma percepção social apenas nordestina. No Rio e em Minas, a fome é vista como o terceiro maior problema do Estado, com 10% das respostas.
O desemprego se incorporou à lista prioritária das preocupações. O problema é citado por 17% dos entrevistados em Pernambuco, por 15% em Minas e no Ceará e por 14% no Paraná.

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