São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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Divulgação vira evento pró-plano

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo vai transformar a divulgação oficial da safra recorde em fato positivo em favor do Plano FHC, na tentativa de mostrar que não existe razão para a continuidade das fortes altas de preços desses produtos.
O anúncio deve ocorrer próximos dias, pelo presidente Itamar Franco. A Companhia Nacional de Abastecimento estima em cerca de 73 milhões a 74 milhões de toneladas de grãos o total da safra 1993/94, contra os 68 milhões de toneladas de 1992/93.
Os produtos que devem ter maior crescimento em relação à última safra são o feijão, milho e arroz. O incremento esperado se deve basicamente à região Nordeste, que recuperou área de plantio e foi beneficiada pelas chuvas regulares, depois de três anos de frustração de safra. Também houve aumento de produtividade em algumas lavouras no Sul, de acordo com o último levantamento da Conab. Se os números se confirmarem, a safra 93/94 ficará cerca de 3% acima da maior já obtida pelo país –de 71,82 milhões de toneladas em 1989.
A previsão da Conab confirma a pesquisa feita pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) na virada do ano, que calculou uma colheita de 74,106 milhões de toneladas de cereais, leguminosas e oleaginosas.
Como os estoques reguladores de grãos estão muito baixos, o governo deverá liberar recursos para AGF (Aquisição do Governo Federal) e, com isso, aumentar o poder dos leilões da Conab para forçar a queda dos preços. Como o aumento da produção nacional do feijão deverá ficar 16% superior à da safra passada, o Ministério da Fazenda considera afastado o risco de nova aceleração de preços. Em fevereiro, os preços do feijão carioquinha subiram 237% por causa da quebra de safra de Irecê (BA).

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