São Paulo, terça-feira, 15 de março de 1994
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Livro reúne textos sobre a doença no país

DA REPORTAGEM LOCAL

O custo hospitalar de um paciente de Aids no Brasil é de US$ 17 mil, oito vezes mais que a média do custo na América Latina. O tempo de internação é de 23,6 dias, o dobro dos EUA. Entre a descoberta da doença e a morte, o doente no Brasil vive, em média, 5,1 meses. Na Europa e nos EUA, a sobrevida é de 12 meses.
Estas são algumas das informações que constam do livro "A Aids no Brasil" (CR$ 12.300,00), que acaba de ser lançado pela Abia (Associação Brasileira Interdisciplinar de Aids), a Universidade Estadual do Rio de Janeiro e a editora Relume Dumará.
Trata-se do segundo volume da coleção História Social da Aids –o primeiro foi "A Aids no Mundo". Segundo Richard Parker, um dos organizadores do livro, a "A Aids no Brasil" não é uma síntese homogênea da doença no país. Mas uma reunião de textos que "tentam analisar e interpretar questões relaciondas à Aids no Brasil" entre os anos de 82 e 92.
São 15 análises ou artigos que tratam da epidemiologia da doença, do impacto social da epidemia e das políticas públicas. O livro termina com uma proposta para um programa de Aids no Brasil, do sociólogo e presidente da Abia, Herbert de Souza, o Betinho.
Euclides Castilho, Pedro Chequer e Claúdio Struchniner, que tratam da epidemilogia da Aids, escrevem que o número de portadores do vírus entre a população de 15 a 45 anos é estimado entre 300 mil e 420 mil (seguindo modelo da Organizaão Mundial de Saúde). O sociólogo Osvaldo Ribas Fernandez, que entrevistou dezenas de usuários de drogas ao longo de dois anos, observa que –ao contrário do que se acredita– esta população é sensível a campanhas de prevenção.
O economista André Cezar Médici, da Fundap (Fundação do Desenvolvimento Administrativo), contabiliza os impactos socioeconômicos da Aids no país. Segundo ele, quando a epidemia atingir 0,6% da população brasileira em idade ativa, haverá uma perda de US$ 2,7 bilhões anuais.(AB)

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