São Paulo, quarta-feira, 16 de março de 1994
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Justiça destomba mansão dos Matarazzo

DA REPORTAGEM LOCAL

Terminou ontem mais uma etapa na disputa entre a prefeitura e a família Matarazzo. A 13ª Câmara do Tribunal de Justiça de São Paulo cancelou o tombamento da casa da família, na avenida Paulista. A prefeitura, que solicitou o tombamento em abril de 1989, ainda pode tentar recorrer da decisão.
O decreto de tombamento foi feito pela prefeita Luiza Erundina, que pretendia fazer no local o "Museu do Trabalhador". A família recorreu na Justiça e a decisão final foi julgada ontem.
O advogado da família Matarazzo, Maércio Tadeu de Abreu Sampaio, alegou no Tribunal de Justiça que a prefeita Erundina não tinha interesse "real" pelo tombamento do imóvel, mas queria apenas "retaliar contra a família, que começou a demolir a casa sem o alvará da prefeitura". Para o advogado, a prefeita "não agiu pelo interesse público".
Abreu Sampaio afirmou que a família ainda não decidiu o que vai fazer com o imóvel. Um dos planos é construir um centro comercial formado por um shopping center, um hotel e conjunto de escritórios.
A decisão do TJ foi por três votos contra dois. Votaram pelo destombamento os desembargadores Correa Viana e Gilberto Gama. O relator do processo, Paulo Shintate, votou contra.
No início do ano passado, a empresária Maria Pia Matarazzo se encontrou com o prefeito Paulo Maluf para buscar uma solução para a casa. O prefeito se prontificou a "estudar" o assunto, mas o caso continuou na Justiça.
A assessoria de imprensa da Secretaria Muncipal de Cultura não informou ontem se a prefeitura pretende recorrer da decisão. A Folha tentou falar com o secretário Rodolfo Konder, responsável pelo setor de tombamentos da prefeitura, mas não houve retorno dos telefonemas.
A ex-prefeita Luiza Erundina não foi encontrada ontem para comentar a decisão da Justiça.

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