São Paulo, sexta-feira, 18 de março de 1994
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Senado vota aumento semana que vem

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Senado vota aumento semana que vem
O presidente do Congresso, senador Humberto Lucena (PMDB-PB), disse ontem que vai colocar em votação no Senado, na próxima semana, o dispositivo aprovado anteontem na Câmara, aumentando os salários dos parlamentares em 23,66% e os dos ministros de Estado em 95,14%. O aumento foi consequência da derrubada, pelos deputados, dos vetos que o presidente Itamar Franco tinha feito à MP 409 –ele vetara, em fevereiro, a equiparação com o STF.
A medida não foi apreciada anteontem porque não havia o número de senadores suficiente na sessão do Congresso. O líder do governo no Senado, Pedro Simon (PMDB-RS), afirmou que há uma movimentação entre os senadores para manter o veto presidencial e, assim, permitir o aumento aprovado pelos deputados. "O Senado está tendo a sensibilidade para aceitar o veto presidencial", disse Simon. Segundo o senador, este não é o momento oportuno para os parlamentares aumentarem os seus próprios salários. "É uma situação delicada. Estamos discutindo plano econômico e revisão constitucional", afirmou.
Inocêncio
O presidente da Câmara, Inocêncio Oliveira (PFL-PE), recuou nas declarações feitas na quarta-feira, após a derrubada do veto pelos deputados, e fez ontem críticas a Humberto Lucena. Antes, Inocêncio havia dito que achava "justo" o reajuste salarial dos deputados. "Os atuais salários são os menores da história", disse o presidente da Câmara.
Diante da reação negativa ao aumento, Inocêncio disse que a culpa era de Lucena. "Foi ele quem colocou isso na pauta", disse. Por sua vez, Lucena rebateu as críticas de Inocêncio, dizendo que o presidente da Câmara "sabia que o veto estava na pauta de votações".
"Não tenho responsabilidade sobre o que acontece no plenário. Cada um deve assumir sua responsabilidade perante a sociedade", retrucou Lucena.

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