São Paulo, sábado, 19 de março de 1994
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Alta chega a 8,63% nos supermercados

DA REDAÇÃOE DA REPORTAGEM LOCAL

Os supermercados e hipermercados de São Paulo voltaram a aplicar na segunda semana do mês os mesmos reajustes da primeira. Os paulistanos que foram aos supermercados nesta segunda semana do mês encontraram os preços 8,63% mais altos que na primeira, quando haviam subido 8,38%.
Nos hipermercados, a alta média foi de 10,19%, próxima dos 10,53% do início de mês. Estes dados fazem parte de pesquisa do Datafolha em 12 supermercados e 12 hipermercados de São Paulo entre os dias 8 e 15. A pesquisa abrange produtos dos setores de alimentação, artigos de limpeza e de higiene.
Com a alta da segunda semana, os preços dos supermercados acumulam variação de 17,7% na primeira quinzena e de 44,2% nas últimas quatro. Já nos hipermercados o aumento acumulado da quinzena é de 21,8% e em quatro semanas, de 49,7%.
Em outra pesquisa, os alimentos básicos registraram reajuste médio de 8,39% (8,59% na anterior).
Os maiores aumentos nos supermercados se concentraram em hortifrútis (14%), derivados de leite (10,7%) e doces (10,6%). Em quatro semanas, a liderança fica com cereais (66%), hortifrútis (56%), massas (51%) e derivados de leite (50%). Carnes e produtos de limpeza também superaram a média: 45% em quatro semanas.
O tomate voltou a liderar os aumentos na semana, com 37,43%. Já a batata registrou a única queda entre os alimentos básicos, passando a custar 2,83% menos nos supermercados. O tomate deve continuar subindo forte nas próximas semanas, afirma o presidente do Sindicato das Centrais de Abastecimento do Estado de São Paulo, Cláudio Ambrozio. Segundo ele, está ocorrendo quebra de safra nas regiões produtoras do Estado. Já o feijão se encontra em queda, devido à intensificação das colheitas e do consequente aumento da oferta.
Firmino Rodrigues Alves, vice-presidente da Associação Paulista de Supermercados, calcula que haverá "aumento violento" de preços em cruzeiros reais, sobretudo em abril. Ele atribui o problema às dificuldades de negociação entre varejo e fornecedores.
Na passagem dos preços para a URV, os supermercados pleiteiam descontos de 48% sobre os preços praticados pela indústria –que só oferece de 37% a 40%. Já o setor de hortigranjeiros não aceita a conversão pela média sob a alegação de que a influência de fatores sazonais sobre si é muito grande.

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