São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Pescadores usam tecnologia moderna

Banco estatal financia inovações

MARCOS NOGUEIRA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SÃO LUÍS

Projeto do Banco do Estado do Maranhão (BEM) está permitindo a pescadores artesanais do Estado operar barcos de fibra de vidro dotados de equipamento sofisticado como a ecossonda (que detecta cardumes e informa a profundidade e o tipo de solo) e o GPS (Sistema de Posicionamemto Global, ligado a satélite e que dá a posição exata do barco no mar).
Em seis meses de pesca no mar, 25 barcos desse tipo operados pela Cooperativa dos Pescadores Artesanais do Maranhão (Copama) estão garantindo renda de até cinco salários mínimos por mês para mestres e de até três salários mínimos para pescadores.
Os barcos foram fabricados pelo estaleiro Praia Marine de São Luís, com financiamento garantido por recursos do FNE (Fundo Constitucional do Nordeste), repassados pelo Banco do Estado do Maranhão. O financiamento tem quatro anos de carência e 12 de prazo para pagamento. O projeto prevê a fabricação de cem barcos de 11 metros de extensão cada. Os 25 barcos produzidos até este mês e entregues à Copama tiveram um custo total de US$ 2,7 milhões.
Em funcionamento desde setembro de 93, a Copama já integrou ao projeto 296 pescadores e mestres, distribuídos por tripulações de seis ou sete integrantes cada. Até o último dia 10 de março, foram realizadas 103 viagens, com duração de oito a 12 dias cada uma. Cada barco possui duas tripulações que vão ao mar em sistema de revezamento.
Nas 103 viagens foram pescadas 194,1 toneladas de peixe, com uma média de 1.884 quilos por viagem. No total, a Copama faturou US$ 246,1 mil em seis meses, dos quais US$ 53,8 mil foram divididos entre mestres e pescadores. O restante foi utilizado para o pagamento de despesas operacionais da cooperativa e das tripulações no mar e para um fundo especial de reserva destinado ao pagamento das prestações do financiamento, que se iniciará em quatro anos.
Antônio Carlos Boucinhas, superintendente da Copama, disse que o objetivo da cooperativa no momento é cadastrar 350 pescadores e mestres para a primeira parte do projeto e realizar três viagens por barco a cada 40 dias.(MN)

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