São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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Um acaso extraordinário

"Tive Aids durante três meses. Ou melhor, acreditei durante três meses que estava condenado por essa doença mortal que chamam de Aids. Não alimentava esperanças, tinha sido realmente contaminado, o resultado positivo do teste comprovava, assim como os exames que tinham demonstrado que meu sangue iniciava um processo de falência. Mas, ao fim de três meses, um acaso extraordinário me levou a acreditar e quase me deu a certeza de que poderia escapar à doença que todo o mundo ainda via como mortal. Assim como não tinha confessado a ninguém, à exceção dos amigos que se contam nos dedos da mão, que estava condenado, também não confessei a ninguém, à exceção desses poucos amigos, que ia sair dessa, que seria, por um acaso extraordinário, um dos primeiros sobreviventes do mundo dessa doença inelutável."

Extraído de "À l'Ami qui ne m'a pas Sauvé la Vie", de Hervé Guibert

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