São Paulo, domingo, 20 de março de 1994
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emerson fittipaldi, O RATO DE SETE VIDAS

BARBARA GANCIA
FOTOS ROCHELLE COSTI

Primeiro piloto a se preocupar com condicionamento físico, Emerson sua todo dia, fazendo ginástica ou cuidando dos negócios,que vão de plantação de laranja a moda
Miami, Flórida, dezembro, 1992: Ayrton Senna cruza o lobby de um grande hotel e pára na frente de um telefone. O mais hábil piloto da Fórmula 1 atual consegue discar apenas o prefixo 361 antes de ser bruscamente interrompido por seu pai. "Você não deve telefonar para ele", argumenta o sr. Milton. "Ele é que deveria ligar para você."
"Ele" é Emerson Fittipaldi, 47, duas vezes campeão mundial de Fórmula 1, em 1972 e 1974, vice-campeão em 1973 e 1975, campeão da Fórmula Indy em 1989 e duas vezes vencedor de Indianápolis, em 1989 e 1993.
Naquele dia, Ayrton combinara um almoço com Emerson para discutir o futuro. Após meses de arrastadas negociações, Frank Williams se negara a contratá-lo para pilotar o Williams-Renault que, no ano seguinte, daria o tetracampeonato a Alain Prost. Senna estava em Miami, a convite de Emerson, para investigar as entranhas da F-Indy. "Deixa disso, papai!", exclamou o garotão. E completou a chamada.
Até o voluntarioso tricampeão mundial curva-se diante de Emerson Fittipaldi. Afinal, Majo (para a família), Rato (para os amigos que acompanharam os primeiros passos como piloto) e Emmo (para os norte-americanos que agora o aplaudem na Indy) traz cravado no currículo conquistas que Ayrton Senna jamais poderá superar. No circuito de Monza, em 10 de setembro de 1972, aos 25 anos, "Adérson Fittibola" (como era chamado em um programa humorístico estrelado por Jô Soares nos anos 70) conquistou seu primeiro título na Fórmula 1, tornando-se o mais jovem campeão mundial de todos os tempos –marca nunca superada por outro piloto.
Corta.
Hotel Transamérica, São Paulo, 28 de fevereiro de 1994: durante a apresentação à imprensa dos cinco pilotos que passaram a integrar o "Marlboro Team Brazil", pela milésima vez, Emerson Fittipaldi, garoto-propaganda da Philip Morris há mais de 20 anos, enumera ao microfone o que considera que sejam as mil e uma vantagens da F-Indy sobre a F-1.

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