São Paulo, segunda-feira, 21 de março de 1994
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Spielberg lidera corrida ao Oscar

DA REDAÇÃO

Mais de 1 bilhão de pessoas em mais de 90 países assistem hoje à noite, pela TV, à maior festa do cinema. O Oscar deste ano tem sabor especial para o público brasileiro. Dos 21 filmes que disputam os prêmios principais (melhor filme, diretor, ator, atriz, ator coadjuvante, atriz coadjuvante, roteiro original e adaptado e filme em língua não-inglesa) só quatro são inéditos no Brasil. Dá até para torcer.
Outra novidade no Brasil: pela primeira vez o SBT transmite a entrega dos prêmios, a partir das 23h, direto de Los Angeles.
Em Los Angeles, a Academia também mudou alguns de seus hábitos. Substituiu o ensaiadinho Billy Crystal pela espontaneidade de Whoopi Goldberg, que apresenta a premiação. Além disso, os organizadores da cerimônia parecem empenhados em atrair o público jovem. Convocaram para a festa o melhor da "nova" geração de Hollywood. Alguns nomes: Tom Hanks, Winona Ryder, Antonio Banderas, Johnny Depp, Daniel Day-Lewis e Sharon Stone. A velha guarda também não faz feio. Paul Newman e Deborah Kerr são os homenageados da noite.
Tantos astros e estrelas garantem o interesse num ano em que o favoritismo de Spielberg parece inquestionável (leia nesta página comentários de Ana Maria Bahiana sobre as chances de cada filme). Se a vitória –ou a derrota– estrondosa de Spielberg deixar espaço para alguma outra lembrança da 66ª edição do Oscar, será pelo ano em que Hollywood optou por produções "politicamente importantes", quase didáticas.
Os grandes filmes deste ano tratam de questões espinhosas como Holocausto ("A Lista de Schindler"), terrorismo ("Em Nome do Pai") e Aids ("Filadélfia"), tangenciando o excesso de pieguice e maniqueísmo e evitando o abuso de correção política. Prova disso é que até Spielberg conseguiu manter seus personagens ambíguos, pelo menos até a metade de "A Lista de Schindler".
Na linha do "politicamente importante", "Filadélfia", com a exposição da face cruel da Aids e dos preconceitos, é a grande ausência na disputa de melhor filme. Mas Tom Hanks, protótipo do bom rapaz americano, tem chances para o prêmio de melhor ator como o advogado soropositivo.

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sobre o Oscar e a lista completa dos concorrentes às págs. 5-5, 5-6 e 5-7.

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