São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994
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Senna quer a torcida 'feliz' em Interlagos

FLAVIO GOMES
DA REPORTAGEM LOCAL

Ayrton Senna já não esconde que se considera favorito para vencer o GP Brasil de Fórmula 1, prova que abre o Campeonato Mundial deste ano no próximo domingo, em São Paulo. O piloto esteve ontem no autódromo fazendo uma vistoria informal. Aniversariante –completou 34 anos–, disse não querer nenhum presente especial. Deseja apenas "ver uma torcida feliz domingo em Interlagos".
A visita de Senna durou 50 minutos. Ele chegou pilotando seu helicóptero às 11h15 e imediatamente embarcou em uma perua Audi prateada para dar uma volta na pista. Seu motorista foi o prefeito Paulo Maluf.
A primeira parada foi no início da reta Oposta, onde o "Muro do Berger" foi afastado em cerca de 70 metros. A proteção, assim batizada por causa de um acidente sofrido em 93 pelo austríaco no local, deixou de ser paralela à pista. No lugar foi criada uma área de escape que começa com grama e acaba com brita –pequenas pedras que reduzem a velocidade dos carros quando eles saem da trajetória normal.
Ayrton pediu –e segundo o administrador do autódromo, Edgard Mello Filho, será atendido até o fim da semana– que a área de brita seja ampliada porque a grama não segura os carros fora de controle. Depois ele verificou as obras de drenagem no "S do Senna", a primeira curva do circuito. Naquele ponto, com muita chuva, formava-se uma espécie de rio que atravessava a pista.
Depois dessa pequena verificação técnica, Senna deu uma entrevista coletiva nos boxes ao lado do prefeito e do secretário municipal de Esportes, Arnaldo Faria de Sá, que abriu caminho aos empurrões para ficar ao lado do piloto. Elogiou as obras e disse que Interlagos "é um dos melhores autódromos do mundo". Maluf informou que a renovação do contrato da prefeitura com a Foca para a realização do GP em São Paulo até o ano 2000 "pode ser assinada esta semana". Se for, prometeu recapear o circuito.
Antes de visitar o centro médico do autódromo, onde teve a pressão medida –13,2 por 9,3, considerada normal–, Senna comentou a polêmica aberta na Europa sobre possíveis irregularidades no carro da Williams, que tem as suspensões traseiras carenadas em forma de asa. "Aquilo foi aprovado pela FIA antes da construção da peça, não há problema nenhum", afirmou. Ferrari e McLaren discordam. Dizem que, por serem acopladas às suspensões, as peças, que têm funções aerodinâmicas, são móveis e por isso estão fora do regulamento.
Pouco depois do meio-dia, Senna deixou o autódromo. Foi, no carro do prefeito, almoçar na casa de Maluf. À tarde pretendia dar continuidade ao seu programa de preparação física, com uma corrida de 10.000 metros.

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