São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994
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Mambo tem novos reis

ZECA CAMARGO

O que você faz quando se depara com um CD que traz na capa o seguinte título: "As Raízes do Rumba Rock – Clássicos do Zaire (1253-1954)"? Susto? Incompreensão? Evite qualquer uma dessas reações fortes dando uma chance para esse disco e se deliciando com o som que está ressuscitando a "world music".
Só pelo nível das gravações da série "Zaire Classics", já dá para sentir que nenhuma dessas bandas tinha qualquer pretensão de sucesso internacional. Em cada uma das faixas o que se encontra é uma necessidade de bricar com a noção de pop e procurar um canal para extravasar uma inspiração pura.
Ironicamente, o que esses grupos acabaram conseguindo foi criar momentos inesquecíveis musicalmente, com elementos simples –as estruturas são aparentemente complicadas, mas por trás delas há uma inocência capaz de emocionar David Byrne.
Vai ver foi essa singeleza que ele viu em potencial em Tom Zé e outros artistas do seu selo Luaka Bop (e Peter Gabriel parece que passou pelo mesmo estado de graça com seu Realworld). Eles já descobriram o enigma do pop: o que existe é um som só.

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