São Paulo, terça-feira, 22 de março de 1994 |
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Trajetória da artista atesta talento plural
FREDERICO MENGOZZII
Noêmia nasceu numa fazenda em Bragança Paulista (SP), conheceu Di aos 25 anos, tornou-se sua aluna e mulher, transferindo-se então para o Rio. Sua primeira exposição individual foi em 34, apresentada pelo poeta Jorge de Lima. Nunca mais parou e foi, até o fim da vida, fiel a uma temática de cores e figuras suaves, pessoa de convívio leve que foi, como atesta Paolo Maranca. No ano seguinte, o casal embarcou para Lisboa e seguiu para Paris. Noêmia estudou, participou de coletivas e fez sua primeira individual em 38, na Galerie Rive Gauche, apresentada pelo pintor Moise Kisling. A escritora norte-americana Gertrude Stein teria dito então: "...esta pintora, eu não posso perder de vista..." –se não é "vero", é bem "trovato". Noêmia, diante da invasão alemã, confiou seus quadros e os de Di a uma empresa de transporte. Abandonou a França e se fixou em São Paulo. É uma época em que retrata damas de sociedade, estuda escultura com Brecheret, interessa-se pelo desenho industrial e ilustra jornais e revistas. No final dos anos 40 e começo dos 50, participa como cenógrafa e figurinista das atividades do recém-inaugurado Teatro Brasileiro de Comédia e viaja a Salvador, descobrindo o barroco baiano e aprofundando um sentido de nacionalidade que resultaria, a partir de 64, nas pesquisas sobre a arte plumária dos índios brasleiros. Em 66, quando recuperou seus quadros da fase francesa, Noêmia disse: "No fundo, acho que não mudei muito". Nos anos 50, durante a crise do figurativismo, preferiu se afastar e continuar seu caminho, certa de que, para ela, tudo girava em torno da figura.(FMe) Texto Anterior: Espólio de Noêmia Mourão está em leilão Próximo Texto: Oprah Winfrey assina contrato de US$ 500 mi Índice |
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